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Ato antirracista marca os 133 anos da Abolição da Escravatura em Caxias

Foto: Mauro Teixeira
Foto: Mauro Teixeira

A Frente Antirracista da União da Juventude Socialista de Caxias do Sul e a UNEGRO realizaram um Ato Simbólico contra o racismo e o genocídio da população negra. O ação, com a presença de cerca de 100 pessoas, ocorreu no início da noite desta quinta-feira (13), na Praça Dante Alighieri.

Com o tema: Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver! o ato teve como objetivo principal chamar a atenção para o racismo, destacando o 13 de maio como uma data importante para a luta de negros e negras no Brasil.

De acordo com a coordenadora da Frente Feminista da União da Juventude Socialista, Thais Corrêa Ferreira, 18 anos, a data de hoje não é para ser comemorada. “Não é dia de comemoração, é dia de luta. A Lei Áurea foi um acontecimento que não demonstra tudo o que foi a luta do negro durante os 400 anos de escravatura. Esse endeusamento da Princesa Isabel acabou disfarçando e deixando de lado o tanto de pessoas pretas que lutaram para ter essa liberdade”, fala.

Foto: Mauro Teixeira

De acordo com Thaís, muitos dos negros ainda trabalham em subempregos e ainda são considerados o subsolo da sociedade, tendo que enfrentar o medo da violência e do racismo. “É complicado a gente não poder ter um emprego descente. A gente não poder ser quem a gente é, ou usar nosso cabelo ou até mesmo exaltar nossas raízes”, diz.

Thaís, que é estudante de Publicidade e Propaganda, afirma que em Caxias a situação do negro é ainda mais complicada em relação ao racismo e também pelo fato da cidade ser muito conservadora do lado negativo. “As pessoas só olham o que você tem. Querem preservar uma tradição de fé e trabalho, entretanto não observam que nessa fé e trabalho tem muita gente preta que leva essa cidade nas costas”, desabafa.