A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira (13), o inquérito que investiga a morte da mulher que caiu do segundo andar de uma academia no bairro São Caetano, em Caxias do Sul. No dia 19 de março, Denise de Oliveira, de 45 anos, treinava na Motivida, na esquina da Avenida Dr. Assis Antônio Mariani e Rua Hygino Tartarotti, quando o caso foi registrado.
De acordo com informações do 5° Batalhão de Bombeiro Militar, ela estava em um aparelho chamado Graviton, em que a pessoa usa o peso do próprio corpo para realizar movimentos, quando se desequilibrou e caiu, batendo no vidro. A estrutura quebrou e ela caiu de uma altura de aproximadamente 12 metros. A vítima ficou presa pelos pés, de cabeça para baixo, em uma grade da cerca no térreo. Os bombeiros cortaram as hastes de ferro para retirar a mulher do local, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu recebendo os primeiros socorros do Samu.
Segundo o inquérito policial, repassado pelo delegado Edinei Albarello, foram indiciados pelo crime de homicídio culposo, o proprietário da academia, o arquiteto responsável pela construção do edifício e os três agentes públicos municipais da época.
Causa da morte
A investigação aponta que a morte da vítima ocorreu pela junção de dois fatores. A proximidade demasiada do aparelho de musculação em relação à parede de vidro, razão pela qual, quando a vítima caiu do equipamento, foi projetada diretamente contra o vidro. E a instalação de vidro inadequado, quando da construção do edifício, em desrespeito às normativas legais.
A morte se deu em decorrência dos ferimentos provocados pela queda do segundo andar da edificação. Em relação a queda/desequilíbrio do aparelho, caso tenha sido provocada, por exemplo, por um mal estar (tontura, turvamento visual, etc), tais circunstâncias não seriam passíveis de observação pois não deixam vestígios.
Ainda está pendente resultado de exame de sangue coletado da vítima, através do qual analisa-se a presença de possível uso de alguma medicação.
Perícia
A perícia constatou que o aparelho utilizado pela vítima estava disposto a 70 cm de distância da parede de vidro. A execução do exercício se dava de costas para a parede. O vidro que cedeu com o impacto do corpo possuía espessura de 4mm.
Também foi identificado que o profissional responsável pela elaboração do projeto também foi responsável pela execução da obra. Em análise à documentação, constatou-se que, em relação aos vidros utilizados no segundo pavimento da obra, não foram atendidas as exigências técnicas preconizadas pelas normas aplicáveis à matéria. Ocorreu a instalação de vidro inadequado, que não oferecia resistência.
O projeto, após sua elaboração, foi encaminhado para análise, junto ao setor competente da Prefeitura. O servidor público responsável emitiu parecer favorável, concedendo a licença para a construção. Com a conclusão da obra, também por determinação legal, foi feita nova análise pelos servidores públicos responsáveis e liberada a edificação para ser habitada, emitindo-se o alvará denominado “HABITE-SE”.