Tirar nota mil na redação do Enem não é pra qualquer um. Sinceramente invejo estes 60 herois com pensamentos diversos que chegaram por vias diferentes ao mesmo destino. Afinal eles atingiram a meta de comunicar com correção e clareza. Sem atalhos, mas sem curvas em excesso.
Confesso que a limpidez de texto não é pra qualquer um. A tentação de abrir “janelas”, ou tergiversar, a obsessão por detalhar demais, tudo isto tende a ser um obstáculo à limpidez da mensagem, portanto, à sua compreensão. Viu só? já estou me estendendo
E quando se escreve é preciso saber antes de nada qual é o objetivo: ser poético e usar métrica ou engraçado com trocadilhos? formal ou coloquial – vamos usar a preposição para ou pra?
A verdade é que vivemos tempos em que todo mundo se comunica com mais rapidez e mais acesso a diferentes mídias. Tem gente com uma capacidade inimaginável para uma boa piada, mas incapaz de exercer empatia. Multiplicam-se as formas de bulliyng que agora se chamam de cyber bulliyng.
Forma, estética, correção gramatical, estilo. Tudo isto é muito desejável e quando o pacote vem bem embrulhado, vamos ter prazer em ler. Mas não dá pra esquecer do fundamental. Não se entrega uma bala em embalagem de bombom. Conteúdo é fundamental. Isto implica, minimamente, em que o texto contenha verdade, coerência, ética. Trata-se de um conjunto que além do conhecimento, vai traduzir a personalidade do autor.
O teórico da comunicação Marshal McLuhan defendia que o meio é a mensagem. Tudo muito atual em tempos onde se discute em quem devemos acreditar. A fonte preferencial é o grupo de whatts ou a imprensa tradicional? ou ainda blogs alternativos? Diga-me quem lês e te direi quem és.
E aqui vai meu ponto final, porque encerrar antes de ficar enfadonho e pontuar direito faz parte da composição da nota do Enem e de uma mensagem bem lançada.