COLUNA

Se o ano da IA tivesse 365 dias, ainda estaríamos no primeiro de janeiro

Se estamos no primeiro dia do “ano da IA”, ainda há muito por vir — e muito o que aprender.

Rosto humano estilizado com sobreposição de código binário, conceito de inteligência artificial.
Imagem: Freepik

Imagine que toda a história da inteligência artificial coubesse em um único ano.
Se fosse assim, estaríamos agora nas primeiras horas de 1º de janeiro — e tudo o que vimos até aqui é apenas o amanhecer.

Nos últimos anos, a IA saiu dos laboratórios e entrou de vez no nosso cotidiano.
Ela escreve textos, cria imagens, fala com a gente em aplicativos de atendimento e até ajuda médicos a identificar doenças.
Mas, por mais impressionante que pareça, tudo isso é só o começo.

O que já floresceu

A IA já está ao nosso redor — mesmo quando não percebemos:
🔸 O atendimento automático do seu banco, que responde com naturalidade.
🔸 O filtro de spam que limpa sua caixa de e-mails.
🔸 O aplicativo que reconhece rostos e organiza fotos.
🔸 As legendas automáticas dos vídeos nas redes sociais.

Essas ferramentas são a “primeira geração” da IA moderna — poderosas, mas ainda dependentes de comandos humanos.
É como se tivéssemos ensinado a tecnologia a ficar de pé, mas ela ainda está nos primeiros passos.

O que vem pela frente

Segundo a consultoria Gartner, os gastos globais com IA generativa devem chegar a US$ 644 bilhões em 2025, um aumento de mais de 70% em relação a 2024.
E até 2028, cerca de um terço dos softwares empresariais do mundo terão incorporado IA agentiva — sistemas que tomam decisões e executam tarefas de forma autônoma.

Traduzindo: em poucos anos, programas de computador poderão agir sozinhos em tarefas que hoje exigem um time inteiro de pessoas.
De responder e-mails a gerenciar estoques, a IA vai deixar de ser “assistente” e se tornar colega de trabalho.

O horizonte da inteligência artificial geral

O próximo salto é a Inteligência Artificial Geral (AGI) — uma IA capaz de aprender qualquer coisa, como um ser humano.
Hoje, temos IAs especializadas: uma escreve, outra desenha, outra analisa dados.
A AGI seria uma única mente digital capaz de fazer tudo isso junto.

Especialistas acreditam que isso pode acontecer entre 2040 e 2060.
E o futurista Ray Kurzweil vai além: prevê que por volta de 2045 poderemos atingir a singularidade tecnológica — o ponto em que a inteligência das máquinas superará a humana, transformando profundamente a sociedade.

Como isso muda o dia a dia

A IA do futuro será menos “robô de filme” e mais presença invisível no cotidiano:
🔸 Na saúde, detectando doenças antes dos sintomas.
🔸 Na educação, adaptando o conteúdo ao ritmo de cada aluno.
🔸 No trabalho, criando relatórios e resumos automaticamente.
🔸 Em casa, ajustando luz e temperatura conforme seu humor.

Ela estará em tudo — nos bastidores — economizando tempo e tornando as decisões mais inteligentes.

O que fazer agora

Se estamos no primeiro dia do “ano da IA”, ainda há muito por vir — e muito o que aprender.
A melhor forma de se preparar é experimentar e entender.
Use IA para estudar, planejar, criar ideias e melhorar sua rotina.
Use como uma ferramenta de apoio, não terceirize para IA seu pensamento crítico.

As habilidades humanas — criatividade, empatia e pensamento crítico — continuarão sendo as mais valiosas.

Estamos apenas despertando para uma nova era.
O amanhecer é bonito, mas o que vem depois pode ser extraordinário.