Desde eras remotas, o ser humano buscou a autoproteção como instinto primordial para sobreviver. No início, esse mecanismo era exercido de forma individual, como defesa contra predadores. Contudo, a necessidade de fortalecer esse escudo contra outras ameaças naturais, levou à formação de grupos, onde a união multiplicava as chances de sobrevivência. Nascendo assim, laços comunitários.
Com o avanço das estruturas sociais, criaram-se normas e direitos que passaram a mediar as relações, reduzindo a necessidade de defesa física imediata. No entanto, a qualidade de vida emergiu como o novo alvo. Passou-se a buscar segurança no emprego, bem-estar econômico, estabilidade política e liberdade individual, ampliando o escopo da autopreservação para além do básico, em direção a uma vida mais digna e confortável.
Associações profissionais, políticas e religiosas surgiram como ferramentas estratégicas de prosperidade. Porém, esse impulso coletivo de proteção deu espaço ao “protecionismo”, que se tornou um instrumento para defender privilégios. Entidades de classes e indivíduos que se apegam ao status quo resistem a reformas que poderiam beneficiar a sociedade, temendo que o avanço desestabilize sua forma de trabalho e meio de sustento. Essa resistência é frequentemente disfarçada por discursos de estabilidade e resulta na estagnação de setores essenciais.
Com a chegada da tecnologia e principalmente da inteligência artificial, surgiu um vasto oceano de informações que transformou a maneira como percebemos o mundo, desafiando modelos estabelecidos que mantinham certas congregações em sua zona de conforto e privilégios. Ao desnudar as estratégias protecionistas, a IA expõe camadas ocultas de poder, e, de forma paradoxal, é vista como uma ameaça por aqueles que temem mudanças. Essas pessoas enxergam a inovação não como uma oportunidade, mas como uma afronta.
Esse medo da transformação revela a resistência ao progresso, muitas vezes exercida de forma irrefletida, que espelha um apego ao passado e ao controle. Admitir as estratégias protecionistas seria desmascarar sua própria essência e abrir mão de um poder construído ao longo do tempo. Contudo, é no confronto com o novo que reside a verdadeira evolução. O desafio está em abraçar essa transição, reconhecendo que, por mais desconfortável que seja, é ela que alimenta o progresso da sociedade.