O Brasil se transformou em um país sobre rodas. Após décadas em que o sistema ferroviário sofreu com a falta de manutenção e altos custos de reparo, a opção política e econômica acabou sendo priorizar as rodovias. Essa escolha, que parecia mais viável a curto prazo, gerou um cenário de dependência quase total do automóvel. Enquanto países vizinhos, como Argentina e Chile, investiram em trens e metrôs, aqui esse sistema foi abandonado.
Como resultado, o transporte público ficou insuficiente e pouco integrado, não atendendo às necessidades da população. Em cidades gigantes como São Paulo, o número de linhas de metrô é vergonhosamente pequeno diante da demanda. Com poucas alternativas coletivas de qualidade, sobra à população depender do carro, da moto ou até mesmo da bicicleta.
Repensando o Urbanismo Brasileiro
Esse modelo tem impacto direto no espaço urbano: ruas congestionadas, tempo perdido no trânsito e poluição crescente. Em contrapartida, o Japão, bem como países europeus mostram que investir em transporte coletivo ‘’liberta’’ as cidades. O carro passa a ser usado apenas quando necessário, porque as redes de metrô, trem e VLT tornam os deslocamentos cotidianos muito mais ágeis.
Repensar o urbanismo brasileiro, priorizando o transporte coletivo, é um passo essencial para transformar nossas cidades. O exemplo do Rio de Janeiro, que implantou trens de superfície durante as Olimpíadas, mostra que é possível. O desafio é político e de planejamento, mas os benefícios são coletivos.