A Semana do Meio Ambiente passou. E agora? O que realmente precisamos para mudar o cenário ambiental em nossa cidade, estado e país? A reflexão nos leva a uma conclusão fundamental: precisamos de lideranças transformadoras.
Não basta apenas pensar nas questões ambientais; é preciso engajamento e ação efetiva para fazer a diferença. E essa liderança precisa ser cultivada em todas as esferas: nas organizações da sociedade civil, no setor privado e, crucialmente, no poder público. É neste último que, muitas vezes, sentimos uma lacuna.
É nosso papel, como cidadãos, cobrar dos gestores públicos. Mas essa cobrança precisa ir além das palavras e dos discursos de ocasião. Ela deve se materializar na prática do dia a dia, em políticas públicas consistentes, em ações concretas de saneamento básico, na gestão inteligente de resíduos sólidos e em programas robustos e contínuos de educação ambiental.
Pensemos: temos hoje líderes com essa capacidade de promover uma mudança real e profunda? Falamos aqui de uma liderança regenerativa, que olha para muito além dos indicadores econômicos, ainda que estes tenham sua importância. Uma liderança que compreende que qualidade de vida, bem-estar social e saúde ambiental são indissociáveis.
Ao contrário do que uma visão econômica míope possa sugerir, a economia não é um sistema isolado. Ela depende intrinsecamente da matéria-prima e da energia fornecidas pelo meio ambiente e, inevitavelmente, despeja neste os resíduos de seus processos de produção e consumo. Quando essa relação é desequilibrada, como temos visto de forma cada vez mais acentuada, surgem os graves problemas ambientais que conhecemos.
Todas as correntes de pensamento econômico que se debruçam sobre o meio ambiente reconhecem essa interação vital. O planeta, a cidade, o estado onde vivemos são um conjunto de elementos interdependentes. Nossos problemas ambientais estão diretamente atrelados aos nossos padrões de produção e consumo, e, da mesma forma, muitos dos nossos desafios econômicos são decorrentes de desequilíbrios ambientais e sociais.
Impactos Econômicos e Sociais
Não precisamos ir longe para constatar essa realidade. Como já alertamos em outras ocasiões, o estado do Rio Grande do Sul sofreu e continuará sofrendo imensos impactos econômicos e sociais decorrentes das perdas ambientais e dos desastres climáticos, sejam eles causados por chuvas extremas ou por períodos de seca severa.
Então, o que falta para que nossos líderes e gestores públicos compreendam a urgência e a necessidade desse engajamento coletivo? Todos nós temos uma parcela de responsabilidade, mas a transformação efetiva só ocorrerá com lideranças capazes de conduzir essa mudança. Líderes que olhem para o meio ambiente com empatia e visão de futuro, entendendo que a preservação dos recursos naturais não é um freio, mas a própria condição para a manutenção da economia e para a garantia de uma vida digna para a sociedade.
A questão urgente não é mais apenas sobre “o que queremos deixar para as futuras gerações”, mas sobre “o que precisamos fazer para que ainda exista um futuro viável para todos nós“. A hora da ação é agora.