Mais um ano terminando e novamente nossas esperanças são renovadas. Muita lentilha e espumante. Roupas brancas, amarelas ou verdes, dependem de cada um. Mas as sete ondinhas são essenciais. Senão…
Nas resoluções de ano novo não esqueça de colocar: “uma reforma tributária ok”.
Sim. Isso mesmo. Minha maior esperança é que a reforma tributária, se ocorrer, que seja apenas “ok”.
Há décadas se fala em reforma tributária no Brasil. Tema espinhoso. Diversos interesses envolvidos. Todos querendo que o seu tributo reduza, mas buscando, de alguma forma, ganhar mais benefícios do nosso grande e obeso Estado. Somos seres complexos. Humanos complicados.
A reforma tributária que está hoje sendo discutida e que tem reais chances de avançar prevê uma alíquota sobre os serviços de 25%. É um aumento enorme e irrazoável em relação à atual tributação. Hoje em dia as alíquotas variam entre 2% e 5%.
Serviços hospitalares, por exemplo, geralmente têm uma alíquota de 2%. Imagine, da noite para o dia, a tributação – somente deste tributo -, ser aumentada em 1250% !! e passar a ser 25% sobre o custo do serviço. Inaceitável.
Mas é justamente isso que possivelmente será aprovado.
Grande parte de nossas despesas mensais decorrem de serviços. Serviços hospitalares, planos de saúde, transporte, segurança e portaria em condomínios comerciais e residenciais, mensalidade escolar, educação em geral, lazer com gastos com esportes, academias, e até de contratação de softwares, streaming, dentre tantos outros exemplos.
Pois, todos estes serviços passarão a ter um aumento expressivo de suas alíquotas. O motivo é equalizar a alíquota com a tributação das mercadorias, e, por outro lado, reduzir o impacto da tributação na indústria.
Existem outras formas de se buscar a equalização dos tributos dentre os diversos setores da economia. O aumento tão expressivo de carga tributária especificamente no setor de serviços não contribui em nada para o aperfeiçoamento do sistema. Apenas cria mais distorções no sistema como um todo, pois o setor de serviços não pode se aproveitar de tantos créditos quanto os demais setores da economia. Em resumo: iguala os desiguais, causando maior desigualdade.
Cabe a todos pressionarmos nossos representantes no Congresso e participarmos ativamente de associações que representam a sociedade civil organizada.
Uma coisa é certa. Qualquer que seja sua simpatia para buscar um ano melhor, não esqueça de fazer sua voz ser ouvida. Somente com a sociedade civil atenta e ativa é que poderemos evoluir!
Mas, de qualquer forma, não custa nada colocar oito sementinhas de uva na carteira….