A trégua nas tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre a União Europeia e um possível acordo entre Estados Unidos e China melhoraram a dinâmica do mercado financeiro global. O dólar se desvalorizou frente a diversas moedas e com o real não foi diferente. A bolsa brasileira segue com forte valorização de 23% em dólar no ano, mesmo diante das tormentas fiscais do país e do aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF) que desencadeou uma nova crise de confiança no governo.
Resumo do Mercado:
Embora o CDI tenha se mantido acima de 1% em maio, os títulos atrelados a inflação (IMA-B) tiveram um desempenho superior. Já o destaque na renda variável foi a bolsa americana que subiu 6,20%. O índice de ações brasileira sobe 13,92%.A trégua nas tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre a União Europeia e um possível acordo entre Estados Unidos e China melhoraram a dinâmica do mercado financeiro global. O dólar se desvalorizou frente a diversas moedas e com o real não foi diferente. A bolsa brasileira segue com forte valorização de 23% em dólar no ano, mesmo diante das tormentas fiscais do país e do aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF) que desencadeou uma nova crise de confiança no governo.
Resumo do Mercado:
Embora o CDI tenha se mantido acima de 1% em maio, os títulos atrelados a inflação (IMA-B) tiveram um desempenho superior. Já o destaque na renda variável foi a bolsa americana que subiu 6,20%. O índice de ações brasileira sobe 13,92%.
Cenário Macro
Os Estados Unidos anunciaram que chegaram a um acordo com a China sobre as tarifas. Faltaria apenas o aval de Donald Trump e Xi Jinping.
A economia dos EUA, por sua vez, continua mostrando sinais de resiliência em certo ponto admirável, porque o mercado de trabalho segue criando vagas e a inflação de maio veio aquém do esperado. Dissiparam-se assim os receios de uma recessão econômica, embora ainda se espere que todos países sintam os impactos nocivos do novo arranjo comercial.
Pois bem, esse ambiente impulsionou o S&P500 que subiu vigorosos 6,2% no mês enquanto o dólar seguiu sua trajetória de queda frente às principais moedas em linha com o plano do atual governo. O Fed deve assim manter os juros no patamar atual até o final do ano.
Ásia e Europa
O corte de juros realizado pelo Banco Central Europeu neste mês pode significar o fim do atual ciclo. A economia da Européia sofre para sair do ostracismo e recuperar seu vigor. Por isso, ventila-se a possibilidade da política monetária migrar para o campo expansionista no segundo semestre numa tentativa de reavivar a atividade econômica.
Mesma situação se encontra a economia chinesa. Atingida pelas tarifas americanas, o governo chinês parece ter perdido o timing para ativar o pacote de estímulos prometidos. Com o setor de construção sangrando há diversos meses, o consumo não assumiu o papel de protagonista como os formadores de política econômica gostariam, a deflação é outro ponto de preocupação no gigante asiático e a meta de crescimento parece ficar cada vez mais distante.
Brasil
Com a inflação próxima a 6% e a taxa Selic em 14,75%, o Brasil oscila entre a incerteza de novos aumentos de juros e a agonia de mantê-los tão elevados. O juro real está acima de 7%, tornando a rolagem da crescente dívida pública uma missão impetuosa.
O ambiente interno sofreu deterioração em função do aumento de IOF que será substituído em partes por novos impostos. A certeza é que estes números não trazem perspectivas econômicas tão animadoras, pelo menos para os brasileiros.
O Ibovespa, contudo, está alheio ao cenário doméstico e registra alta de 13,9% até o final de maio. Boa parte deste movimento é sustentado pelo investidor estrangeiro. A entrada de capital no ano atingiu R$22,1 bilhões ao final de maio enquanto o dólar volta a estar abaixo dos R$ 5,60.
Conclusão e comentários
Os liberais clássicos sempre defenderam um Estado mínimo, com pouca interferência estatal na economia. Porém, muitos esquecem que tudo gira em torno da política, das relações de poder e não de indicadores ou conceitos abstratos.
Não obstante, vejo neste momento alguns economistas e analistas admitirem, com muito atraso, que as imposições de tarifas pelos Estados Unidos foram uma forma de trazer os países à mesa para negociar. Nada tinha a ver com economia.
Se nos EUA fala-se apenas em tarifas, no Brasil fala-se apenas em imposto. Por isso, seguimos com a discussão sobre as tarifas comerciais, principalmente, envolvendo os Estados Unidos da América e China. O Brasil, sempre na velha guarda, mantém a alta de impostos nas manchetes.
São 25 medidas que aumentam impostos desde 2023. O aumento do IOF desencadeou uma revolta em muitos setores e a solução do governo, por incrível que pareça, foi aumentar a tributação sobre aplicações financeiras, ou seja, mais impostos.
É verdade que as expectativas de PIB de 2025 têm sido revisadas para cima, como mostra o Boletim Focus. Mas também é verdade que hoje o Brasil tem um dos maiores juros reais do mundo.
Os dois fatores, que são em certa medida contraditórios, evidenciam o que acontece com o Brasil. O governo é ator principal que puxa o consumo seja pelo nível de gastos elevadíssimos, seja pelos programas de incentivo ao crédito. O governo central sacrifica as contas públicas para manter a economia brasileira aquecida para o ano eleitoral.
O Banco Central age na outra ponta, como adjuvante. Ele vem aumentando o juro para frear os efeitos perniciosos da inflação que os gastos do governo financiados via aumento de dívida causam a população. Um pisa no freio, outro no acelerador e quem corre perigo é sempre o bolso do brasileiro.
Portanto, o mundo vive atualmente entre tarifas e impostos. Mas as tarifas estão sendo usadas para proteger a economia americana. Por outro lado, os impostos têm sido usados para proteger as viagens internacionais da cúpula que está no poder. Poupe, invista, diversifique e dolarize seu patrimônio.