O fim da era do petrodólar

Um verdadeiro marco foi desfeito em 9 de junho de 2024. Encerrou-se o acordo de 50 anos entre Arábia Saudita e Estados Unidos da América. O acordo fora assinado logo após o país americano abandonar o padrão ouro e estabeleceu que o país árabe negociaria a sua produção de petróleo apenas em dólares. Nascia há 50 anos atrás o petrodólar.

Diversos fatores podem explicar a não renovação do acordo. A primeira delas é o movimento global que os países liderados pelos BRICS fazem para encontrar uma alternativa ao dólar como moeda de troca internacional. Desde 2022, a China tem um acordo que permitia pagar suas compras da commodity em Yuan ao governo saudita. Podemos citar também o aumento de produção americana da commodity que fez com que o país se tornasse exportador e o surgimento de Brasil e Canadá como grandes produtores de petróleo.

Ademais, a proximidade entre as relações do príncipe saudita e do presidente da China Xi Jiping contrasta com a falta de interesse do governo Biden para ao menos manter os laços com um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

Há quem diga que a inabilidade do atual governo americano não foi acidental. Mas há algum tempo existem dúvidas sobre o crescimento futuro da economia americana e sobre a capacidade do país de controlar a inflação e a dívida que atingiu patamares recordes.

O fim do acordo representa o fim de uma era. A era do petrodólar. Os novos tempos poderão mostrar um caminho mais difícil para o dólar manter sua hegemonia no mercado global. Apesar de ainda ostentar a maior economia do mundo, os Estados Unidos veem países como Rússia e China arquitetando acordos bilaterais de uso de moedas alternativas e aumentando suas reservas de ouro. Este tipo de movimento é típico de quem se prepara para uma ruptura nas relações comerciais internacionais.