Opinião

O Exército de TI convocado pela Ucrânia

O Exército de TI convocado pela Ucrânia

Ao que tudo indica a guerra da Ucrânia não irá ser vencida apenas nos campos de batalha, ataques invisíveis e silenciosos pela internet vem ganhando manchetes e mostrando o poder da inteligência tecnológica.

Na última semana, o Ministro da Transformação Digital da Ucrânia convocou especialistas em tecnologia para integrarem o chamado Exército de TI do Governo Ucraniano. Nos primeiros dias houve a procura de mais de 175.000 pessoas que se inscreveram no “IT Army of Ukraine”, segundo os próprios dados do governo.

Fonte: Reprodução Twitter

De acordo com o relatório de defesa digital publicado pela Microsoft, de julho a 2020 a julho 2021, 58% dos ataques cibernéticos a organizações públicas e privadas no mundo partiram da Rússia e durante os primeiros dias da guerra vimos serviços públicos, aeroportos e sites de bancos fora do ar, em decorrência desses ataques cibernéticos.

Os ataques não se dão exclusivamente aos computadores e servidores invadidos, mas sim a toda estrutura tecnológica das cidades, que hoje controlam suas bases de operação de forma digitalizadas. Desse modo, os ataques afetam diretamente a funcionalidade de redes de abastecimento, sistemas de saúde, iluminação pública e outros serviços essenciais públicos.

Junto com as ações Ucranianas, o país viu outros movimentos organizados por hackers ao redor do mundo agindo em conjunto. Um bom exemplo foi a do grupo “hackativista” Anonymous que reivindicaram os ataques DDoS contra os sistemas do Ministério da Defesa Russa na última semana.

Para entender melhor uma das práticas, os ataques DDoS são aqueles decorrentes de negação de serviço, ocorrido quando é simulado uma sobrecarga (infestação) de acessos para determinados sites ocasionando a derrubada automática do sistema.

Além disso, nos últimos dias vimos movimentos das Big Techs, como a notícia que Elon Musk em disponibilizar as redes de internet de alta velocidade da Starlink na Ucrânia, para mitigar a constante falta de internet decorrentes das quedas de energia e indisponibilidade de sistemas que estão acontecendo no país.

Com armas ou tecnologia o cenário é péssimo para o leste europeu, vamos torcer para que os próximos capítulos desta guerra não aconteçam.

Gabriel Dupont – [email protected]