A política individual ou isolada pouco tem a adicionar em termos de vantagens eleitorais.
Assim, por estratégia de sobrevivência, os grupos se agrupam. Pouco ou quase nada um parlamentar isolado pode fazer, será sempre dominado pelo coletivo, um voto vencido.
Então, isso se torna uma regra, que embora não escrita, é praticada. Os clãs se formam, classes profissionais se juntam. Advogado se alinha com advogado, médico com médico e assim vai. Estes grupos elegem seu líder para representá-los. Esse representante adquire poder de mando entre os demais e também se une com outros lídereres de outros “bandos” e se tornam mais poderosos, elegendo um representante geral de todos os “clãs”.
O que era para ser uma solução social se torna um “problema social sistêmico” Não é mais o povo que é defendido ou representado, mas os interesses grupais.
As classes profissionais constituem-se em alicerces fortemente representadas no poder. Seus ganhos passam a ser “administrados” pela conveniência política, num jogo de toma lá da cá – “nós te elejemos e você nos ampara e favorece”. Uma verdadeira analogia com a lei da natureza sobre seguir o mais forte para sobreviver.
São por tais razões que pautas fundamentais e de interesse social não avançam como deveriam. Assim, não é elegendo um “médico” que irá mudar os problemas na área da saúde, não é elegendo um “advogado” que teremos as melhores leis. Talvez exatamente o contrário disso.
Infelizmente, esta percepção ainda parece estar longe da maioria dos eleitores, desconhecendo seu grande valor e potencial para realmente mudar o que precisa ser mudado.
Eis as sombras do poder, onde o que impera não é o amor mas o domínio e a supremacia frente aos mais frágeis.
Por Mauro Falcão, em 13.08.2022 para o Portal Leouve e Página Tábuas da Verdade