Não é novidade alguma para o brasileiro que temos umas das maiores cargas tributárias do mundo. Por anos a reforma tributária tem sido uma solicitação de várias classes da sociedade. A simplificação do sistema tributário sempre foi um dos pontos chaves. Como no ditado, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, enfim, a reforma saiu do papel.
Aprovada no Senado, volta para a câmara para nova apreciação. Tudo indica que logo será votada e promulgada. Apesar de todas dúvidas que ainda pairam sobre a reforma, o boato de que o Brasil terá oficialmente o maior imposto do mundo já é admitido timidamente pela equipe econômica. O IVA brasileiro poderá passar de 27,5% ultrapassando a Hungria (27%) e ficando bem acima da média dos países da OCDE que é de 19%.
Muitos agentes de mercado vêem com bons olhos a simplificação que a reforma traz. Mas para o brasileiro o que importa é quanto vai custar. De fato, talvez não tenhamos um aumento da carga tributária, apenas ficará evidente quanto paga-se de imposto atualmente.
Está prevista uma remodelação da carga tributária, aumentando o peso dos impostos sobre o setor de serviços. Além disso, haverá uma concentração da tomada de decisão no governo federal. Pois os governos estaduais, pelo que tudo indica, perderão a autonomia de decidir sobre seus impostos.
A gana do governo por mais arrecadação tem sido recorrente desde a tomada do poder. A equipe econômica tem se concentrado apenas em aumentar a arrecadação através de mais impostos e menores benefícios fiscais. O assunto corte de gastos tem sido matéria proibida no governo. Mesmo com toda cede, o leão pode ficar sem água, pois a arrecadação do governo vem caindo ao longo de 2023. A pergunta que fica no ar é: mais impostos significam maior equilíbrio fiscal?
Pois bem, enquanto a reforma tributária pode sim significar um avanço para o país pela suposta simplificação que ela pode trazer, os ajustes das contas do governo estão sendo feitos apenas no lado da arrecadação e podem penalizar o crescimento da economia do país no longo prazo. Porque o brasileiro não consegue suportar uma carga tributária que cresce a cada dia para financiar os gastos do governo, é insustentável. Portanto, mais impostos no estágio do Brasil significam, em última análise, menor arrecadação, menor crescimento econômico, menos empregos e menos riqueza para o país.