
Desde sempre, os louvores endereçados aos deuses são empregados nas mais diversas religiões e muito comum na liturgia cristã. O que temos em mente é que a perfeição Divina registrada na natureza através dos números se processa de variadas formas visíveis e também audíveis nos acordes musicais.
As frequências 432hz e 528hz são famosas ressonâncias, que segundo a ciência, tem potencial de harmonizar o nosso corpo físico, a mente e auxiliar nossas emoções e demais atividades cerebrais. Nota-se que 4+3+2 = 9 e 5+2+8 = 15, ou seja, resume-se em uma trindade. Tais frequências são usadas em ritualística de cultos, chamada de frequência do amor. Segundo algumas pesquisas históricas e atuais, são empregadas por sacerdotes e curandeiros de civilizações primitivas como potenciais curativos.
Assim, encontramos um elo entre as liturgias religiosas com o uso do som trazidas a percepção dos sentidos pela ciência através de sua metodologia. Deste modo a harmonização sonora acaba por alterar estas ondas e atingimos estados de consciência em níveis Delta (1Hz a 3Hz), Theta (3,5 Hz a 8Hz), Alfa (8Hz a 13Hz), Beta ( 12Hz a 33Hz) e Gama (25Hz a 100Hz).
Notem que em praticamente todas as religiões e doutrinas há uma preocupação com a harmonização. Na maçonaria, por exemplo, há a figura do Mestre de Harmonia e até mesmo na Igreja Católica é aplicada nas missas, assim como nas culturas mais antigas ao menos uma batida de tambor é adotada na liturgia e, de forma ainda mais manifesta, o Hinduísmo usa na forma de “mantras”.
Atualmente há cursos universitários que formam profissionais em “Musicoterapia”. Com esta técnica é possível melhorar a autoestima, coordenação motora, deficiências e também no tratamento de diversas doenças.
Por um instrumento chamado “sonômetro” o matemático Pitágoras descobriu que o som variava de acordo com o comprimento de uma corda tensionada e estabeleceu, assim, relações entre os sons com base nas frações de comprimento da corda. Isso gerou um conjunto de sons harmônicos e a conclusão de que a música é constituída por relações numéricas – se não soa bem harmonicamente, é porque as relações entre os sons não foram estabelecidas adequadamente, isto é, os números não estão em uma proporção considerada justa.
Daí surge o termo “harmonia das Esferas ou Música Universal” citado não somente pelos Pitagóricos, mas por Heráclito, Nicômaco e Platão, este conceito do grego antigo relaciona dois princípios, o visível e o invisível. Esse jogo de opostos é a fonte da harmonia que estabelece o equilíbrio entre o macrocosmo e o microcosmo. Assim, os pitagóricos relacionavam não somente a música à matemática, mas também a possibilidade de influenciar, em última instância, as ações dos indivíduos. Com isso, a música passou a cumprir uma função educativa, na qual as relações estabelecidas entre os sons poderiam induzir ou reforçar determinados estados anímicos, influenciando positiva ou negativamente o comportamento humano.
Ainda em correspondência a estas argumentações é fato incontestável, comprovado pela ciência atual, que o corpo humano não é matéria densa. Por um microscópio poderemos verificar na atividade atômica uma combinação de massa e energia. Em termos subatômicos, somos partículas e ondas vibrando em determinada frequência, quando se altera uma frequência a matéria também é alterada. E quando uma partícula de ar se choca com a outra temos ondas sonoras, sendo que frequência é o número de vezes que estas ondas se repetem em um segundo, cuja medida conhecemos por “hertz”.
Mesmo que não consigamos ver estas ondas eletromagnéticas não significa que elas não existam, basta olharmos ao redor para constatar a presença de dispositivos que se utilizam dela, como é o caso do GPS, Wifi, Bluetooth e o celular. A eletroencefalografia é o método utilizado para registrar a atividade elétrica cerebral, mede as tensões resultantes da corrente iônica dentro dos neurônios do cérebro que por sua vez pode ser afetada em decorrência dos estados psíquicos pelo qual nos encontramos. Assim, encontramos um elo entre as liturgias religiosas com o uso do som trazidas a percepção dos sentidos pela ciência através de sua metodologia.
Considerando o pareamento demonstrado pelos números pitagóricos através das notas musicais, os estados de consciência recebem esta influência e são arrastados para seguirem este alinhamento matemático perfeito, associando a mente com o movimento do universo, razão pelo qual identificamos um fenômeno de prazer ao ouvir determinada música, pois esta melodia está em semelhança de vibração com nossas emoções e sentimentos.
Neste contexto, a oração é uma espécie de mantra cuja finalidade está associada a estabilizar os estados de consciência e quando é feita em conjunto com determinado número de pessoas, seu potencial aumenta significativamente e a soma das energias individuais presentes naquele ambiente tendem a se equilibrar.
A estrutura de aprendizagem no Oriente é em grande parte o impacto do som. Para eles a criação é vista como uma complexa fusão de timbres, como uma chave que girada abre um mundo novo, podendo então ser acessado pela psique.
No Evangelho de João, quando retrata a criação do mundo refere que “o Verbo” era Deus. Verbo dentro da etimologia do termo significa ação ou mudança de estado e tem sua origem no latim.
Notem que há uma semelhança na entonação dos sons nas pregações de cada religião, conforme sua liturgia as palavras são faladas na mesma variação de tom e voz. Neste sentido certas entonações linguísticas nada mais são que invocações e súplicas a uma proteção sobrenatural, como a invocação do “Espírito Santo” ou ainda de outros nomes cultuados em determinadas religiões. Este fenômeno de chamamento traria para dentro de si o espírito aclamado.
Especialmente na liturgia do Vaticano ocorre com frequência a reverberação “AAAMÉMMM”. Aliás, o numérico “AMÉN” está em ressonância com o principal mantra hindu, o “AUM” (AAAUMMM) e o deus egípcio “ÀMON” (AAMONNN). São distorções linguísticas que ocorrem, mas o propósito é equivalente e parece historicamente inalterado.
O som é o tesouro do elemento espaço, uma emanação do próprio Deus. No entanto nas relações pessoais devemos compreender que a razão só pode prevalecer quando as discussões avançam sem o levantar das vozes. O silêncio é a fala do investigador espiritual, a fala doce e macia é a expressão do amor genuíno. O ódio grita, o medo berra, a vaidade trombeteia. Mas o amor canta canções de ninar, ele suaviza e acalma. Pratique o vocabulário do amor e desaprenda a linguagem do ódio e do desprezo.
Primeira parte da Novena de Pentecostes:
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor.
Enviai, Senhor, o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da Terra.
Ó Deus, que instruístes os corações dos Vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo este mesmo Espírito e gozemos da Sua consolação.
Por Cristo Nosso Senhor
Amém
Escrito por Mauro Falcão, 20.05.2021 – Baseado na ciência e ensinamentos de Sathya Sai Baba.