OPINIÃO

Liderança para Sustentabilidade: O Comando Humano e Inovador que as Empresas Precisam

Desenvolver lideranças voltadas para a sustentabilidade é investir no futuro das empresas e da sociedade.

Imagem por IA
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O papel da liderança dentro das organizações está em plena transformação no cenário global competitivo e exigente de hoje. O futuro dos negócios depende de líderes cada vez mais humanos, capazes de enxergar além dos resultados imediatos e considerar o impacto de suas decisões sobre pessoas, meio ambiente e sociedade.

Liderar atualmente exige empatia e sensibilidade ambiental, mas também visão de longo prazo. Sustentabilidade deixou de ser responsabilidade exclusiva dos especialistas ambientais. Hoje, qualquer decisão, em qualquer área da empresa, afeta diretamente os resultados sociais e ambientais. Assim, a mobilização de todas as equipes é essencial.

As empresas mais inovadoras e resilientes se destacam porque investem no desenvolvimento de lideranças capazes de promover mudanças reais. São pessoas que pensam no agora, mas também querem deixar um legado positivo. Esse novo perfil de líder busca resultados financeiros, sociais e ambientais de maneira integrada.

Ferramentas e metodologias

Ferramentas e metodologias modernas ajudam nesse caminho. A Teoria U enfatiza escuta ativa, colaboração e transformação interna. O Eneagrama aprofunda o autoconhecimento e a comunicação. Já os Objetivos de Desenvolvimento Interno (IDGs), surgidos recentemente, são referência para fortalecer habilidades humanas fundamentais à sustentabilidade. Os IDGs se organizam em cinco grandes áreas – Ser, Pensar, Relacionar, Colaborar e Agir – e propõem 23 habilidades para líderes que desejam fazer diferença real.

Utilizando a Roda dos IDGs, lideranças conseguem mapear competências, identificar pontos de melhoria e investir em crescimento contínuo. Assim, a inovação nasce do entendimento profundo dos códigos do comportamento humano. Empresas de diferentes setores, como tecnologia, energia, varejo e finanças, vêm adotando essas práticas para desenvolver times mais engajados e alinhados aos grandes desafios globais.

A sustentabilidade corporativa também evoluiu. Antes, estava restrita a projetos pontuais de responsabilidade social. Hoje, empresas de destaque alinham sustentabilidade à estratégia central, usando conceitos como Valor Compartilhado e os próprios Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Assumir uma causa requer compromisso de longo prazo. Uma causa relevante precisa estar conectada aos valores, missão e história do negócio. Ela deve dialogar com stakeholders internos e externos, engajar colaboradores e impactar positivamente clientes e comunidades.

Cooperação é fundamental nesse processo. Aproximar-se de especialistas e parceiros do setor, inclusive do governo, amplia o alcance das ações e gera soluções mais consistentes e escaláveis. A coerência é outro componente essencial: empresas que defendem uma causa devem praticá-la diariamente, com ações internas e externas alinhadas ao discurso, seguindo o princípio do “walk the talk”.

Os resultados devem ir além da imagem institucional – o foco precisa ser o impacto social concreto. Embora nem sempre o consumidor pague a mais por produtos de empresas socialmente responsáveis, pesquisas mostram que há uma preferência crescente por marcas com valores e responsabilidade.

Em tempos de polarização, assumir uma causa pode gerar críticas. Mesmo assim, empresas devem manter seu posicionamento com convicção, pois causas autênticas fortalecem as marcas, engajam equipes e preparam as organizações para superar os grandes desafios do nosso tempo.

Desenvolver lideranças voltadas para a sustentabilidade é investir no futuro das empresas e da sociedade. Ao juntar causas autênticas, ferramentas de autoconhecimento e engajamento coletivo, é possível transformar desafios complexos em oportunidades reais para todos.