
Olha a masculinidade frágil passando na avenida gente!
Sim, um homem que não consegue lidar com a sua frustração diante de um resultado negativo volta a atacar quem não tem nada a ver com suas decepções profissionais pessoais.
Reincidente, o atual técnico Red Pill do time de futebol Internacional do RS já não passa por réu primário, pelo menos no tribunal das declarações desastrosas e de mau gosto dos machos alfa.
Em 2024, também chatiaaadu com o resultado da equipe que treinava na época, empacotou sua raiva e jogou no colo de quem, adivinha? Uma mulher, claro, no caso VAR do jogo. Ele não reclamou do VAR, mas sim de que “… uma senhora, uma mulher, interpretou um pênalti de outra maneira. O futebol é diferente. Principalmente de que o VAR seja decidido por uma mulher.” Veja bem, ele não reclamou do VAR, ele estava incomodado pelo fato de uma mulher ter tratado com descuido a masculinidade frágil do alecrim dourado de cristal.
Não aprendendo a lição e revoltado por ter sido obrigado a escrever no caderno 1.000 vezes as frases “Tratar mal as mulheres não te faz mais homem” e “Lugar de mulher é onde ela quiser”, dessa vez ele subiu no trio elétrico do sexismo e soltou um “O futebol é para homens, não é para meninas …”.
Dizem que castigo não funciona, e talvez seja importante utilizar um método mais didático, como fazer o coach dodói ler “O Segundo Sexo” da Simone de Beauvoir e “Mulheres Invisíveis: Expondo o viés de dados em um mundo projetado para homens” da Caroline Criado Pérez. Isso só pra começar, porque terapia também vai ajudar.
Mas sou obrigada a concordar com o Macho Alfa Catimbeiro. Sim, futebol ainda é coisa de homem, especialmente quando mostra preconceito, agressividade gratuita e necessidade de diminuir uma mulher. Sim, nesses momentos o futebol é coisas de homem e não de meninas.
Futebol não é coisa de mulher no reinado de meninos mimados que mais se jogam no chão do que jogam, dos vaidosos que se preocupam mais com a aparência do que com o jogo numa final, na desigualdade salarial de gênero.
Enfim, o técnico provou ser um professor aloprado, tentando desesperadamente manter o status quo de um meio esportivo em transformação onde a mulher não tinha vez nem voz.
Como disse a Ministra Carmen Lúcia, nos calaram por 2.000 anos, mas não vão nos calar mais. Carminha, sua maravilhosa, deixa eu acrescentar que tentaram nos limitar ao papel de rainha da torcida e banco de reserva, mas nesses papéis não vamos nos sentar mais.