Opinião

Exercício físico como prevenção e tratamento da Endometriose

Exercício físico como prevenção e tratamento da Endometriose


Endometriose é uma doença crónica caracterizada pela existência de células endometriais fora do endométrio (revestimento interno do útero). Esta doença está muito ligada à dor física, de intensidade muito forte e muitas vezes impeditiva da vivência normal do dia a dia de quem sofre dela. Uma vez que essa doença gera um processo inflamatório, o sistema imunológico fica afetado, o que o torna incapaz de combater as agressões externas e até mesmo de proceder à limpeza das células endometriais que invadem os órgãos externos ao útero.

Alguns autores apontam o estresse como uma das causas para o desenvolvimento da Endometriose, contudo, não só apenas o estresse, mas segundo estudos atuais de ginecologistas, existe um conjunto de fatores que também pode ser o causador, como o excesso de trabalho, a ansiedade, as alterações do sono e a poluição que podem contribuir para o desenvolvimento desta doença. Ps.: já falei por aqui que tudo isso pode ser evitado com a prática de bons hábitos e exercício físico, certo?!

Então, tendo em conta este contexto, a prática de exercício físico é recomendada, tanto para controlar, como até para conseguir aliviar os sintomas da Endometriose. O exercício físico tem uma função essencialmente equilibradora do organismo, ou seja, permite que o metabolismo acelere e com ele todos os processos associados, ajudando ainda a equilibrar o sistema imunológico e a eliminar as toxinas acumuladas nas células. A prática regular de exercício irá melhorar a qualidade de vida da mulher trazendo um conjunto de benefícios físicos e psicológicos, como por exemplo a manutenção ou desenvolvimento das estruturas ósseas e musculares, o aumento da capacidade de resposta do organismo para combater o estresse, o alívio da tensão muscular, a redução da dor.

Para sermos mais diretos, a prática de atividade física regular libera endorfinas que têm um efeito vasodilatador e analgésico o que, combinado com a redução do estresse, faz com que os níveis de estrogénio baixem, situação que é bastante positiva no controlo desta doença, uma vez que os focos de Endometriose necessitam deste hormônio para se desenvolver.

Estudos mostram que a prática de atividade física pode também auxiliar nos problemas de postura causados pelas dores pélvicas. O exercício físico regular tem efeitos positivos contra doenças que envolvem processos inflamatórios, pois induz um aumento nos níveis sistêmicos de citocinas, com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.

Desta forma, a mulher com Endometriose deve sim efetuar algum tipo de exercício físico, não tendo que ser necessariamente musculação, podendo ser realizada uma atividade ao ar livre, como caminhadas ou ciclismo. Escolher modalidades como o pilates, o yoga ou algum tipo de dança ajudam não só a lidar com o desconforto e as dores durante o ciclo menstrual, mas também a sentir-se mais relaxada, podendo ser uma boa opção para quem sofre com Endometriose.

É de suma importância que nunca se deve iniciar um programa de exercício físico sem antes consultar um médico e realizar exames complementares de diagnóstico. Após o check-up deve-se ter em atenção que se deve praticar exercício com um grau de exigência adequado às capacidades físicas de cada um, sendo aconselhável para quem queira ir além da caminhada, a elaboração e acompanhamento de um plano de treino por um profissional da área.

A atividade mais indicada irá variar de acordo com o nível de dor apresentado pela mulher. Alongamentos no solo são muito recomendados, assim como exercícios isométricos e aeróbicos. No caso de isométricos, a prática com boa frequência leva a uma estimulação do hormônio serotonina, aliviando as dores. Já o exercício aeróbico, em intensidade moderada a vigorosa, também consegue bons estímulos de produção do hormônio do prazer.

Em dias de dor intensa, o ideal é apostar apenas nos alongamentos no solo, pois é comum que a mulher se encolha nesse período, o que resulta em contração muscular.