Este artigo procura levantar questões éticas profundas sobre a integridade da ciência e os reais objetivos da medicina. No campo dos tratamentos de saúde, observam-se paradoxos marcantes: embora os diagnósticos avancem, os tratamentos muitas vezes permanecem insuficientes. Essa contradição é especialmente evidente no caso do câncer, levantando preocupações sobre a relação entre a ciência e os interesses financeiros.
É fundamental compreender que a ciência está em constante evolução; entretanto, quando ocorre estagnação, é sinal de que as pesquisas estão sendo ofuscadas pelas relações comerciais. Esse movimento empresarial envolve muitos profissionais, criando um corporativismo conhecido como “cientificismo”, que faz com que rejeitem outras abordagens, se protegendo com informações que ignoram saberes complementares que contrapõem aos seus propósitos.
A sabedoria, aqui, se degenera em um sacerdócio disfarçado, que adora o poder acima de tudo, e o “conhecimento” passa a não tolerar questionamentos, fechando-se em dogmas e ambições moldadas pelo desejo de controle. Precisamos perceber que a verdadeira ciência se orienta pela resolutividade, ela não perpetua tratamentos, pois a cura é seu papel principal. A medicina deve buscar a verdade com coragem; mas, muitas vezes, entrega-se ao culto de si mesma.
E assim, as instituições se submetem a esse movimento enganador. Aqueles que buscam a cura tornam-se, sem saber, devotos deste culto, lutando por causas nobres que alimentam essa mesma estrutura, acreditando, de boa-fé, que contribuem para o bem comum, enquanto são arrastados pelo desejo de lucro que comanda os bastidores.
Enquanto isso, as campanhas desfilam com rituais modernos, colorindo os meses de rosa e criando a ilusão de que a salvação está próxima. No entanto, elas buscam apenas o consumo, o reforço de um poder que se alimenta da fragilidade. No fim, o sofrimento humano é apenas uma moeda de troca. E a cura, que deveria ser o ápice da ciência, é reduzida a mera coadjuvante.