Desta vez - é sempre - diferente

Desde março uma porção de bancos americanos faliram. Os primeiros cinco foram: Silicon Valley Bank, Silvergate Bank, Signature Bank, First Republic Bank e o gigante Credit Suisse. No total são 15 bancos americanos que faliram em 2023. No início de novembro, o Citizens Bank juntou-se a lista. Embora ele tenha ficado de fora dos holofotes da mídia, a sua falência nos faz lembrar de outras crises.

A crise de 1998 atingiu seu pico em setembro daquele ano, porém a crise começara em junho de 1997 com a maciça fuga de capitais da Asia e da Rússia logo após a desvalorização da moeda tailandesa.

A crise do subprime, não obstante, não começou em setembro de 2008 com a quebra do Lehman Brothers, ela iniciou-se em fevereiro de 2007 quando o banco HSBC surpreendeu o mercado com o anúncio de numerosas perdas no setor hipotecas. Além disso, em junho dois fundos de crédito de hipotecas de alto risco da Bear Steans quebraram e o Société Générale fechou seus fundos de mercado monetários. Na sequência tivemos de fato a quebra do Bear Steans, em março de 2008, Fannie Mae e Freddie Mac, em junho 2008 e muitas outras culminado, então, na falência do Lehman Brothers.

A bola de neve continuou mais alguns meses levando junto as gigantes AIG, General Electric, General Motors até finalmente acontecer o resgate. A média entre o primeiro acontecimento e estouro da crise é de 20 meses.

Portanto, não seria surpresa algum evento catastrófico acontecer na economia americana e, por contágio, na economia mundial. Como na metade de 2008 ninguém mais falava em crise, o pouso suave é considerado hoje quase uma certeza. A crise chega exatamente nos momentos que ninguém mais fala sobre a sua possibilidade. E, assim como na grande crise financeira, chegará a ocasião na qual alguns dirão: desta vez será diferente.