Memória LEOUVE

Controle de Preços: mais um flerte a políticas que jamais deram certo

Controle de Preços: mais um flerte a políticas que jamais deram certo

Dentre as bandeiras firmadas na campanha eleitoral, o governo de Jair Bolsonaro, afirmou veementemente a sua disposição pelas privatizações, cético perante as indagações, jamais confiei na efetivação deste discurso, afinal todos nós sabemos que o atual presidente, quando deputado, foi contra a quebra do monopólio do petróleo, como também, sempre foi contrário a privatizações.

A critica não se deve a persona Bolsonaro, e sim, por ele próprio “virar a chave” e mostrar-se claramente favorável a uma intervenção na economia brasileira, primeiramente nos preços do diesel e posteriormente, embora menos enfático, acenou para intervenções na energia elétrica. Repetindo as políticas públicas aplicadas por governos, os quais, ele tanto criticou, como o de Dilma Rousseff.

Controlar preços em uma economia é extremamente complicado, gerando distorções de mercado que podem acarretar em problemas maiores no curto e médio prazo. Os mercados e preços variam, são imperfeitos, porém parafraseando o economista Milton Friedman, “a solução do governo para um problema geralmente é tão ruim quanto o problema”.

A formação de preços do combustível se deve, a quatro fatores, importação ou produção interna (incluindo custos e lucros), custo do etanol anidro (gasolina) e do biodiesel (diesel), como também impostos e margens atribuídas pela distribuição e revenda. Por exemplo, a moeda brasileira foi muito desvalorizada, e como importamos boa parte do petróleo destinado a produção do combustível (devido ao descasamento do refino e tipo de petróleo que temos) e o barril é precificado em dólar, esse repasse se mostra inevitável. Mas realmente controlar preços e subsidiar os combustíveis, seria uma solução de longo prazo? Na minha opinião só serve para apaziguar grupos de pressão e gerar distorções de mercado.

Um movimento importante para a quebra do monopólio do refino, detido pela Petrobras, foi o plano de desinvestimento de 8 das 13 refinarias controladas pela estatal, reduzindo em 48% da participação da empresa no total de capacidade de refino. Uma medida fundamental para blindar a empresa de intervenções políticas e aumentar a concorrência interna.

Portanto, no meu ver, acho que a buscar por energias renováveis e inovadoras, gerariam mudanças fundamentais na sustentabilidade e desenvolvimento econômico. Cabe ao governo, dar um passo atrás e não interferir nos preços e também dar condições institucionais para que possamos inovar e aplicar novas fontes de energia no Brasil.

Fontes:

https://www.agazeta.com.br/editorial/quebra-de-monopolio-da-petrobras-da-novo-gas-para-a-economia-0719

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50316414

https://g1.globo.com/economia/noticia/como-e-formado-o-preco-da-gasolina-e-do-diesel.ghtml

https://www.poder360.com.br/opiniao/economia/a-questao-do-monopolio-da-petrobras-no-refino-explica-adriano-pires/