Com certeza você já viu alguma dessas mensagens espalhadas pelas ruas de Caxias do Sul. Alexandra Faccio, ou como assina seus bilhetes, Teca, espalha amor em forma de recados para todos que estiverem precisando.

Uma das formas principais de distribuir essas mensagens é nos ônibus. O projeto não visa retorno financeiro, o pagamento é feito em forma de abraços e sorrisos. Como ela mesma fala, “se as mensagens melhoram o dia de alguém, melhoram o meu também”.

A ideia de distribuir amor de alguma forma veio há muito tempo, ainda nos anos 90, quando morava em Capão da Canoa. Teca participava de um grupo de jovens pelo qual passou 11 anos em função de retiros, tocar violão, cantar e espalhar mensagens positivas. Nesta época, ela decidiu que gostaria de passar aquele sentimento bom adiante.

No começo, suas mensagens eram distribuídas de mão em mão, ela saía de casa todos os dias com cerca de 35 cartões escritos a mão, com todo o amor e carinho, e os entregava às pessoas que cruzavam por ela. Até que um dia, ao voltar para casa, viu que haviam sobrado três cartões e, na dúvida do que fazer com eles, sua filha teve a ideia:“por que não pendurar no ônibus mesmo? Com certeza alguém vai encontrar, gostar e levar para casa”.

Desde então, Teca distribui mensagens no transporte coletivo que milhares de pessoas usam diariamente, e tira sorrisos de quem as encontra.

Além de fazer o bem e espalhar o amor, os bilhetes, pôsteres e cartazes são feitos com materiais reutilizados e reciclados. Teca vê arte em tudo, desde pedaços de tecido de roupas usadas, até caixinhas de incenso, que além de trazer a mensagem, já vem perfumadas.

Muitos de seus recadinhos tem o intuito de fazer com que as pessoas reflitam, pensem sobre a vida e também sobre si mesmas, mas outros, como os distribuídos durante o carnaval, por exemplo, foram feitos com o único intuito de arrancar sorrisos.

Todo o material distribuído pela Teca é totalmente feito a mão, sem auxílio de tecnologia, com mensagens que vem do coração da criadora. Ela conta como espera que, com o projeto, consiga reviver um pouco da magia perdida dos anos 80, onde as agendas eram cheias de bilhetes, tudo virava recordação e era guardado com muito carinho. “Hoje em dia tu só corre o dedo no celular. Tu não vê crianças pulando corda mais, mas sim no videogame”, conta. “Algumas pessoas me dizem que eu fiquei para trás, mas são valores que não deveriam ser perdidos”.

Emocionada, ela relata o carinho e o amor que recebe das pessoas. “Eu quero que essa paz que eu deixo nos lugares se espalhe. As pessoas postando é a melhor forma de retribuir meu trabalho, espalhando para os amigos”, conta. “Muitas pessoas me falam que leram algo que eu escrevi no momento que mais precisavam, que parecia que eu tinha escrito especialmente pra elas. Essa é a magia”.