COLUNA

Coisas inúteis que a modernidade criou

Por que, pra que e como chegamos até aqui?

Ilustração de rosto com carro no lugar do cabelo, cílios grandes e celular com likes
Imagem: Google Gemini

Tem algumas coisas que a gente olha e pensa: É sério isso, existe mesmo? E sim, existem!

Mas o motivo, utilidade e sanidade de quem se sente obrigado ou atraído a participar delas são altamente questionáveis.

Chá de revelação: Não basta saber o sexo do bebê, tem que pagar mico, ser exibido, histriônico e anunciar pro mundo de forma espetaculosa e desnecessária o gênero do filhote.

Nascimento compartilhado: A criança tá lá relaxando e a família já cria conta nas redes sociais pra ela.

Expõe nudes comprometedores da pequena criatura ainda na barriga da mãe e o rebento já sai da maternidade com uma sessão de fotos nos stories.

Formatura de jardim de infância: Essa é pracabá. Recém saídos das fraldas, nossos pequenos vão direto para a toga.

O evento e a comemoração pode custar tanto quanto a mensalidade de um curso de medicina.

Cruzeiro temático com artistas: Antes de qualquer coisa, assista o documentário “Cruzeiro do Cocô”.

Depois disso, se você ainda tiver vontade de ir num cruzeiro com mais um monte de fãs sem noção pra ver de longe algum cantante, eu te larguei de mão.

Pessoas biônicas e plastificadas: A sobrancelha de Camaro, a boca quase explodindo de preenchimento, os cílios com metros de comprimento, a demonização facial, as unhas de gel prontas pra coçar e limpar as orelhas e outros orifícios.

Esses ciborg modernos não fazem nada de útil com suas habilidades adquiridas, restringindo-se a selfies e superexposição nas redes sociais.

Coach pra ficar milionário: Esse é o grande negócio do coachismo;

vender uma idéia, bem caro, e o único que fica milionário é o próprio coach.

Humanos fazendo passeios espaciais milionários: Pegar carona nessa cauda de cometa é não só imoral, mas também um desperdício desnecessário de recursos de quem tem só dinheiro e nenhuma vontade de melhorar a vida dos seres humanos aqui na terra mesmo.

Talvez você não concorde com a minha lista, talvez queira acrescentar vários itens, não importa.

O fato é que estamos cada vez mais distantes do que é fundamental como seres conscientes e empáticos, valorizando o fútil e desprezando os diferentes de nós.

O que o dinheiro e a ostentação uniu, ninguém separa.