Há anos, os líderes de recursos humanos se encontram em um caminho, que aplica análises e modelos operacionais, cumprido um mandato valioso, mas nada inspirador, que mesmo imbuídas de significado e importância cultural – recrutamento, aprendizagem e desenvolvimento sempre visam otimizar os custos de mão de obra, reforçar a conformidade usando medidas padronizadas e apoiar a adoção de tecnologia para medição de desempenho.
Não estão errados, sempre existirá o perfil certo ocupando o lugar, conforme suas características e aptidões, mas algo está mudando, e a complexidade dos tempos nos demanda uma nova “plasticidade”.
O mercado de trabalho, está atento a essas mudanças, basta ver as empresas que mais criaram valor econômico no mundo atual, são as que inovaram. E aqui gostaríamos de falar um pouco sobre o que é Inovação, o porquê chama tanto a atenção no mundo atual, o resultado gerado por ela, e algumas características das pessoas inovadoras.
Na verdade, a inovação trata de responder às mudanças de forma criativa. Trata-se de gerar novas ideias, conduzir P&D, (pesquisa e desenvolvimento), melhorar processos ou renovar produtos e serviços. Em outro nível, trata-se também de uma mentalidade em seu negócio: aquela em que sua equipe, seja nos escritórios executivos ou no chão de fábrica, está sempre focada na melhoria contínua e constantemente pensando fora da caixa.
Mas quando essa inovação atinge um grande número de pessoas a ponto de mudar seus hábitos e costumes, significa que gerou um grande impacto, aí temos que chamá-la de disrupção. E nesses casos em específico, foi o que aconteceu com a invenção da roda, da escrita, do carro a combustão, do plástico, do vidro, das vacinas, da rádio, do avião, da internet, dos computadores pessoais e muitas outras inovações. A vida depois de certas descobertas, nunca mais foi a mesma!
Em 1969, os Estados Unidos e a União Soviética ainda protagonizavam a Guerra Fria, um embate em termos ideológicos, econômicos, políticos, militares e, é claro, tecnológicos. Foi então que após vários experimentos surgiu a Arpanet como era chamada, funcionava através de um sistema conhecido como chaveamento de pacotes, que é um sistema de transmissão de dados em rede de computadores no qual as informações eram divididas em pequenos pacotes, antes de serem retransmitidas.
O objetivo era interligar as bases militares dos Estados Unidos e com isso garantir que as comunicações norte americanas seriam mantidas mesmo em caso de ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de telecomunicações. O ataque soviético nunca veio, mas o que o Departamento de Defesa dos EUA não sabia era que estavam dando início ao maior fenômeno de difusão da informação do século 20, A internet. daí em diante nossa maneira de se comunicar, se tornou mais completa, o que parecia distante já não era mais!
Mas afinal de contas o que levam determinados seres humanos a conseguirem chegar tão longe, a ponto de fazer o mundo avançar, através de suas criações…
Em rigoroso estudo, conduzido por profissionais de três universidades de prestígio: Harvard, Marriott School e Insead. Eles chegaram à conclusão de que de 25% a 40% de nossa capacidade criativa é determinada geneticamente. O restante, quase dois terços de nossa competência para inovar, vêm de um roteiro básico. Primeiro deve-se entender a tal característica, ou o processo criativo, depois praticá-lo e, por fim, ganhar confiança na própria capacidade de criar.
Os autores argumentam, com base em diversos experimentos que estas características também podem ser desenvolvidas. Pelo menos é o que dizem os pesquisadores Jeff Dyer, Hal Gregersen e Clayton M. Christensen, autores do livro The Innovator´s DNA (O DNA do Inovador).
– Capacidade de associação: É considerada a principal característica dos inovadores. As associações acontecem quando o cérebro tenta sintetizar informações em sequência, dando-lhes lógica e coerência. É isso que ajuda nas descobertas de conexões entre questões aparentemente isoladas. “As rupturas inovadoras geralmente acontecem na interseção de diversos campos e disciplinas”. Pensadores inovadores ligam ideias nas quais outras pessoas não veem relação.
– Questionadores: Inovadores quase sempre são aquelas pessoas que não deixam uma dúvida passar em branco. Sempre questionam tudo. Geralmente eles desafiam o status quo e não aceitam fórmulas fáceis. Uma de suas frases mais proferidas é: “O que aconteceria se a gente modificasse isso?”. Pessoas assim fazem perguntas para entender como as coisas realmente são, por que são de determinada maneira e como elas podem ser desafiadas ou subvertidas. Suas perguntas provocam uma revoada de pensamentos e insights coletivos que levam a sociedade para o rumo da inovação.
– Observação: Um inovador está sempre de olho nas coisas. São observadores detalhistas, e o todo o mundo é objeto de seu escrutínio: consumidores, produtos, serviços, tecnologias, estruturas, processos. As observações funcionam como lenha para sua explosão de ideias e novos parâmetros para fazer as coisas. Steve Jobs criou o sistema operacional para seus primeiros Macintosh, depois de uma visita ao centro de inovação da Xerox.
– Networking: Inovadores gastam muito do seu tempo e energia testando ideias por meio de uma ampla rede de contatos com diferentes perspectivas e bagagem cultural. Mas não é aquele networking convencional de “tapinha nas costas”. Eles conversam, preferencialmente, com pessoas com quem não concordam em nada. Mais que contatos sociais, eles querem ideias frescas. Buscam pensamentos ousados, mentes rebeldes e conceitos completamente fora de sintonia com os padrões estabelecidos.
– Experimentação: Por fim, os inovadores estão constantemente experimentando. Eles vivem e exploram o mundo de maneira sensorial e intelectual. Não são convictos em nada e sempre estão aventando novas hipóteses. São novos usuários de tudo. Visitam novos lugares, pesquisam novas ideias e tentam aprender coisas diferentes todos os dias. Dessas variadas experiências germinam novas ideias.
Todavia sabemos que além dos estudos dos autores do DNA Inovador, existem mais características que movem os inovadores e aqui vão mais algumas delas,
– Libertação: Nosso sistema educacional e a maioria dos ambientes de trabalho nos ensinaram que bom desempenho significa evitar o fracasso, não cometer erros. Este é um grande problema, porque o fracasso é uma parte inevitável da experimentação da inovação. A inovação requer a vontade de falhar e aprender. As crenças limitantes não ajudam, e precisam ser superadas. A maioria das pessoas inovadoras não se preocupam com o que os outros pensam. Se você for estudar a maioria dos inovadores, verá que eles focaram em suas paixões e compreenderam suas áreas bem o suficiente para saber quando quebrar as regras. Estão conscientes do processo.
– Ser Flexível: Você precisa estar confiante em sua visão para seguir em frente, mas precisa ter a mente aberta o suficiente para perceber quando está errado ou o caminho que está trilhando não é o correto. Claro, a única maneira de aprender qualquer uma dessas coisas é seguir em frente. O movimento é o que revela as respostas, e as respostas são o que lhe dá as informações de que você precisa para mudar de direção à medida que avança. A única coisa que não pode acontecer é a descontinuidade, as vezes uma pequena pausa.
– Persegue suas paixões: Pessoas criativas e curiosas, são intrinsecamente motivadas, sempre buscam respostas. Sentem-se energizadas pelos desafios. Esse desejo interno os estimula a perseguir seus sonhos e seus objetivos de forma persistente. Quase sempre acabam se tornando líderes do processo, inspirando outras pessoas da equipe que normalmente também possuem essas características, formando o tão esperado time que poderá tirar a ideia inicial da imaginação para que se transforme em realidade.
E, finalmente, você deve permanecer comprometido com o processo. A verdade é que não há garantia de sucesso. A inovação e o ato de criar algo novo na sociedade. É um processo de descoberta que exige muito trabalho. E para cada dia ou hora que você gasta apreciando o quão longe você chegou, você terá que passar por centenas de horas desafiadoras nas quais você questiona se está se movendo na direção certa.
Apenas os inovadores comprometidos sobrevivem a longo prazo. Eles estão comprometidos consigo mesmos e com seu próprio desenvolvimento como pensadores, designers, empreendedores e outros atores. Eles estão comprometidos com suas equipes e com as pessoas ao seu redor apoiando sua visão. E estão comprometidos com a sociedade, movidos pela ideia de servir ao bem maior. Em muitos casos podemos ver uma coragem e resiliência inabaláveis, foi com muita pesquisa, experimentação e dedicação que as pessoas e equipes conseguiram colocar em prática suas inovações…
Em 28 de junho de 1971, nasce em Pretória, África do Sul, quando criança, estava tão perdido em seus devaneios sobre invenções que seus pais e médicos pediram um teste para verificar sua audição.
Pouco mais tarde, época do divórcio de seus pais, quando tinha 10 anos, ele começou a se interessar por computadores. Aprendeu sozinho a programar e, aos 12 anos, vendeu seu primeiro software: um jogo que ele criou chamado Blastar.
Na escola primária, ele era baixo, introvertido e estudioso, sofreu “bullying”. Foi jogado a alguns lances de escada até ficar inconsciente, mas aos 15 anos passou por um momento de crescimento e libertação, aprendeu a se defender, aprendeu caratê e luta livre.
Aos 17 anos, em 1989, mudou-se para o Canadá para estudar na Queen’s University e evitar o serviço obrigatório nas forças armadas sul-africanas. Naquele ano obteve sua cidadania canadense.
Em 1992, deixou o Canadá para estudar administração e física na Universidade da Pensilvânia. Em 1997 ele se formou com um diploma de graduação em economia e um segundo diploma de bacharel em física.
Depois de deixar a Penn, (Universidade de Pensilvânia), foi para a Universidade de Stanford, na Califórnia, para fazer um doutorado em física energética. No entanto, sua mudança foi sincronizada perfeitamente com o ‘boom” da Internet, e ele saiu de Stanford depois de apenas dois dias para lançar sua primeira empresa, a Zip2 Corporation em 1995.
Não descobriu ainda de quem estamos falando?!
O porquê da escolha de Elon Musk como um exemplo inovador vem de sua trajetória abaixo, uma escalada inegável, saindo da venda de seu primeiro game, aos 12 anos, passando por suas empresas e chegando a Marte junto com a Nasa
Empresas:
- Zip2 Corporation
Musk lançou sua primeira empresa, a Zip2 Corporation, em 1995 com seu irmão, Kimbal Musk. Um guia online da cidade, o Zip2 logo estava fornecendo conteúdo para os novos sites do The New York Times e do Chicago Tribune. Em 1999, uma divisão da Compaq Computer Corporation comprou a Zip2 por $ 307 milhões em dinheiro e $ 34 milhões em opções de ações.
- PayPal
Em 1999, Elon e Kimbal Musk usaram o dinheiro da venda da Zip2 para fundar a X.com, uma empresa de pagamentos / serviços financeiros online. Uma aquisição da X.com no ano seguinte levou à criação do PayPal como é conhecido hoje. Em outubro de 2002, Musk ganhou seu primeiro bilhão quando o PayPal foi adquirido pelo eBay por US $ 1,5 bilhão em ações. Antes da venda, Musk possuía 11% das ações do PayPal.
Em outubro de 2002, Musk ganhou seu primeiro bilhão quando o PayPal foi adquirido pelo eBay por US $ 1,5 bilhão em ações. Antes da venda, Musk possuía 11% das ações do PayPal.
- SpaceX
Musk fundou sua terceira empresa, a Space Exploration Technologies Corporation, ou SpaceX, em 2002 com a intenção de construir espaçonaves para viagens comerciais espaciais. Em 2008, a SpaceX estava bem estabelecida e a NASA concedeu à empresa o contrato para lidar com o transporte de carga para a Estação Espacial Internacional – com planos para o transporte de astronautas no futuro – em um movimento para substituir as próprias missões do ônibus espacial da NASA.
Até que para devaneios de um menino de 10 anos, Elon Musk, foi longe não acham!!!…Mas não se cansem, pesquisem sobre “Neuralink”, “Tesla”, “Hyperloop”, verão o que: Imaginação, obstinação e trabalho, e outras características de quem tem inovação nas veias pode fazer!!!
Referências
https://www.biography.com/business-figure/elon-musk
https://www.oficinadanet.com.br/post/13707-como-surgiu-a-internet
https://www.forbes.com/sites/darden/2014/08/04/why-is-innovation-so-hard/?sh=ad9a8aa46fd9