Não é de hoje que a política e a igreja trocam alianças. Em 325 o Imperador Constantino se aliou a Igreja para fortalecer seu império, coordenou e presidiu o Concílio de Nicéia exatamente no modelo político do senado romano, conduzindo os mais influentes Bispos cristãos para organizar o conjunto de leis e regras a serem seguidos, os chamados tratados canônicos ou lista oficial dos livros sagrados.
Esse grupo de sacerdotes escolhidos politicamente, se estruturou perante os demais, afirmando seu poder e soberania, tornando-se o “partido do governo romano”. O regramento oficial “cristão” sofreu profundas escolhas, onde foi dado preferência para os textos que favoreciam esta organização de poder que dominava o povo, nascendo assim o cristianismo ortodoxo.
Eles elegeram como oficiais os evangelhos relatados por Mateus, Marcos, Lucas e João. Procuraram demonizar outras versões que não agradavam seus interesses, declarando seus autores como hereges, pois não teriam sido “inspirados divinamente”. Desta forma, reputando significarem escritos “gnósticos” ou “apócrifos” os esconderam, por serem supostamente enganadores.
Naquela época, os escritos sagrados eram “livros da lei”, justamente pela inexistência de uma organização legislativa própria. O “temor a deus” era a forma de impor o domínio frente aos mais frágeis que desobedecessem as ordens do governo.
No transcorrer dos séculos, após muita luta, suor e sangue, um arcabouço legislativo foi estruturado. Todos estes esforços resultaram na democracia que temos hoje, justamente visando o bem coletivo para afastar o domínio das minorias gananciosas do poder.
No entanto as mesmas práticas perniciosas e enganadoras parecem estar ressurgindo sob o argumento de um “deus acima de tudo e todos” submetendo novamente o povo a dominação. Práticas machistas, autoritárias e preconceituosas também ressurgem. Empenham-se em promover o retorno do monopólio masculino, promovendo a distinção entre as pessoas, selecionando etnicamente como era no passado, para tanto procuram desestabilizar os pilares democráticos através do incentivo a desordem social armando e confundindo o povo, atacando as instituições e a constituição. Para assim tornarem-se soberanos e absolutos novamente.
Mas não se engane em pensar que a Igreja Católica de antes é a mesma de hoje, ocorreram divisões ideológicas. Precisamos entender que na ganância pelo poder, as questões históricas se repetem, pois a sociedade ainda não se transformou totalmente, necessitamos de mais um pouco de luta para alcançarmos os benefícios da glória prometida pelo Cordeiro do verdadeiro Deus, que não está acima de tudo e todos, mas junto de nós, principalmente dos mais necessitados.
Compreendam todos esta verdade profética:
“Eles se recusaram a ouvir-te e esqueceram-se dos milagres que realizaste entre eles. Tornaram-se obstinados e, na sua rebeldia, escolheram um líder a fim de voltarem à sua escravidão. Mas tu és um Deus perdoador, um Deus bondoso e misericordioso, muito paciente e cheio de amor. Por isso não os abandonaste”. (Neemias 9:17)
Importante: Este artigo não busca descredibilizar os Evangelhos, apenas encontrar o verdadeiro sentido das Palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Escrito por Mauro Falcão, em 11.11.2021, para o Portal Leouve e Tábuas da Verdade.