A Tecnologia está Redefinindo o Consumo de Futebol

Assistir a uma partida de futebol na televisão virou uma verdadeira caça ao tesouro! Nesta crônica, mergulho na frustração de gerações – como a do meu sogro, que já não sabe onde encontrar o jogo – para explorar como a monetização fragmentada dos streamings transformou a paixão nacional em um "custo da paixão". Reflito sobre essa complexa transição tecnológica, o paradoxo da abundância de conteúdo que virou complicação e o que perdemos (e ganhamos) nessa nova era digital.

Três pessoas assistindo TV juntas. Uma partida de futebol é exibida na tela.
Imagem: Freepik

Porto Alegre e Rio Grande do Sul - Virou uma verdadeira caça ao tesouro, para alguns o melhor é adaptar-se com o mundo moderno enquanto outros desistem!

Entre a Nostalgia e o Futuro

Há quem não consiga mais ver uma partida de futebol na televisão, há quem tenha a sua televisão da sala com inúmeros aplicativos de streaming instalados para poder assistir todos os jogos de futebol, ou até assista no seu próprio aparelho de celular – Ah, celular – há ainda quem tenha o último modelo do Nokia 5120 ainda funcionando, que inclusive já tinha câmera fotográfica. Havia quem fumava Carlton, Free, Hollywood, Derby, Hilton, hoje é Dunhil, Rothmans, Chesterfield, etc., apenas lembrando que o Ministério da Saúde…

E qual a probabilidade de que você esteja exatamente no meio de campo desta transição, no meio destes extremos da vida moderna? Entre “discos de vinil” e o TikTok. Fomos deixados para trás ou “deixamo-nos ficar para trás”?

O tempo é de transição tecnológica, exatamente isto! Meu sogro não sabe mais onde se assiste futebol na Televisão. Não é mais “no 12”. Celular Nokia 5120, não tem internet, Facebook ou Instagram. WhatsApp? Só SMS, raiz. Assina ainda o jornal de papel, que ao final da semana somam-se a outra pilha de jornais diários da semana que já foram lidos!

Fragmentação, Custo e Paixão

Monetização fragmentada explica demais esta explosão de streamings em tudo quanto é canto da internet, pois cada um busca o lucro individualizado. Este assunto nos leva para o “custo da paixão”. Para acompanharmos tudo que gostamos, nesta vida corrida nossa de cada dia, precisamos assinar uma meia dúzia de canais a la carte, acumulando custos de inúmeros serviços!

Essa fragmentação afasta o torcedor casual. Se antes era fácil assistir um grande jogo de vez em quando, agora a barreira de entrada (custo e complicação) é muito maior. Isso pode até empurrar alguns para a pirataria.

Lembro-me de uma vez que meus avós resolveram ir ao Supermercado bem na hora do Jaspion que passava no programa da Angélica na Manchete, perdi o programa, quase morri. Nunca mais revi aquele episódio – embora no outro dia passaria uma aventura exatamente igual apenas com um vilão diferente – mas era o custo da escassez ! Hoje não há este problema, você chega em casa e assiste a hora que quiser.

E se a inteligência artificial fosse além de uma simples ferramenta e se tornasse uma moldadora ativa da nossa experiência de consumo? Imagina plataformas de streaming criando conteúdos sob demanda, baseados no seu humor ou até na intensidade do seu coração durante um jogo de futebol. A IA não só sugeriria, mas transformaria o entretenimento em uma jornada única e interativa. Estamos à beira de uma revolução tecnológica, e a verdadeira questão é: você se adapta a esse novo jogo, ou ficará preso ao que já não faz mais sentido para quem vive online?