Opinião

A nova grande corrida pelo ouro

A nova grande corrida pelo ouro


Cobiçado desde os tempos do antigo Egito. O ouro é um dos poucos metais que conservou seu papel de reserva de valor através das diferentes sociedades. Desde uma breve queda em março de 2023, o metal precioso sobe de maneira consistente. Ele acumula alta de 13% neste ano e é negociado próximo à US$ 2.300,00 por onça.

Apesar do movimento ter surpreendido muitos investidores que antes não davam atenção ao metal e concentravam apenas em investimentos tradicionais como renda fixa e ações, muitos analistas vinham alertando sobre o novo rally do ouro. Enquanto outros especialistas já fazem projeções que a cotação do metal precioso pode passar dos US$25.000,00 por onça até 2026.

O movimento de valorização não começou neste ano, ele vem desde 2019 quando a cotação beirava os US$1.400,00. Vários motivos podem ser apontados como os catalizadores da alta. O primeiro deles foi a grande injeção de dólares na economia global para conter os estragos econômicos causados pelas quarentenas após a covid e consequente aumento de dívida pública americana que vem minando o poder de compra e a hegemonia do dólar. Obviamente que parte do crescimento da dívida americana tem sido responsabilidade das políticas econômicas adotadas pelo governo Biden.

Conflitos geopolíticos também impactam na cotação do ouro. Tivemos no período a guerra entre Rússia e Ucrânia e no ano seguinte entre Israel e Hamas. Não podemos deixar de fora o apetite que vários bancos centrais têm mostrado na compra do metal para aumentar suas reservas. Destaque maior é para o Banco Central Chinês após o conflito no leste Europeu mais que dobrou suas reservas para mais de 2.200 toneladas. Alguns analistas afirmam que este movimento poderia estar relacionado a um movimento de abandono do dólar como reserva internacional ou até preparação de um conflito bélico de maior escala.

Além disso, algumas grandes varejistas, como a Costco e o Walmart, começaram a vender pequenas barras de ouro em suas plataformas e isso aumentou o interesse do público. A desconfiança sobre a força da moeda americana também pode ser percebida entre os americanos. Os estados Alabama e Nebraska, por exemplo, eliminaram o imposto sobre ganho de capital sobre ouro e prata por considerarem que o Federal Reserve é o principal causador da inflação que acaba desvalorizando a moeda e impactando o preço da commodity.

Portanto, vemos que historicamente o ouro é uma reserva de valor e deve fazer parte da carteira de investimentos de qualquer pessoa para proteção contra inflação, conflitos geopolíticos e crises econômicas. A proporção adequada para ter-se na carteira varia, mas especialistas afirmam que entre 3% e 20% do patrimônio deve estar em metais preciosos. Por isso, se caso ainda não invista no metal considere fazê-lo. Não fique de fora desta nova grande corrida pelo ouro.