OPINIÃO

A Importância da Água: Desafios, Soluções, e a Urgência da Resiliência Hídrica

No Dia Mundial da Água, comemorado no último 22 de março, refletimos sobre a importância desse recurso vital.

Imagem por Freepik IA
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“A importância da água vai além de sua disponibilidade; ela está intrinsecamente ligada à nossa capacidade de planejar, gerenciar e adaptar.”

No Dia Mundial da Água, comemorado no último 22 de março, refletimos sobre a importância desse recurso vital. Em 2025, o Rio Grande do Sul enfrenta novamente uma grave crise hídrica, impactando severamente a agricultura e a pecuária. A escassez de água no Brasil está exacerbada por políticas públicas frágeis, carecendo de incentivos para práticas de reuso, como a utilização de gray water para irrigação, ou incentivos fiscais para empresas que adotam práticas de reuso da água.

Há um ano, enfrentávamos enchentes devastadoras. Este ciclo de extremos climáticos revela a necessidade urgente de medidas eficazes. A implementação de sistemas de alerta precoce, como o uso de sensores de nível de rios integrados a plataformas de monitoramento em tempo real, e a restauração de áreas de preservação permanente (APPs) são cruciais.

O saneamento básico é vital para o gerenciamento da água e de esgoto, e cabe a cada município mitigar esses extremos, ou seja, o planejamento dos Planos Municipais de Saneamento Básico é essencial para garantir a gestão eficaz dos recursos hídricos. No entanto, muitos ainda carecem desses planejamentos estruturais, o que demonstra uma lacuna significativa na capacidade de resposta a eventos climáticos extremos. É essencial mapear e definir metas claras e mensuráveis para garantir o acesso universal à água potável e ao esgotamento sanitário, conforme estabelecido nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A falta de infraestrutura adequada para drenagem urbana aumenta o risco de desastres naturais, tornando crucial a adoção de medidas como a elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico e Planos Diretores de Drenagem Urbana. Precisamos focar em uma infraestrutura urbana que maximize os benefícios e minimize os danos, construindo galerias pluviais dimensionadas a partir de estudos hidrológicos atualizados e bacias de retenção com capacidade para suportar eventos extremos de precipitação, a fim de reduzir inundações. Investir em soluções baseadas na natureza (NbS), como parques inundáveis, telhados verdes e a restauração de áreas ao longo das margens dos rios, pode aumentar a capacidade de infiltração da água no solo, reduzir o escoamento superficial e regular o fluxo hídrico, protegendo áreas urbanas de inundações. Além disso, a implementação de sistemas de captação e reuso de água da chuva em edifícios tanto públicos quanto privados pode aliviar a pressão sobre os recursos hídricos convencionais.

Além disso, uma coleta de dados mais precisa e atualizada é fundamental. “É necessário aprimorar o sistema de informações para que possamos traçar políticas públicas baseadas em evidências reais”. A utilização de tecnologias como sensoriamento remoto e modelagem hidrológica pode auxiliar na coleta e análise de dados sobre a disponibilidade hídrica, a qualidade da água e os padrões de uso, permitindo uma gestão mais eficiente e adaptativa dos recursos hídricos. A implementação de um sistema de monitoramento contínuo da qualidade da água, com a instalação de sensores em rios e reservatórios, é essencial para identificar e mitigar a poluição hídrica.

Concluímos que a gestão dos recursos hídricos vai além do simples acesso à água potável. Envolve planejamento integrado, adaptação às mudanças climáticas e sustentabilidade a longo prazo. Práticas agrícolas sustentáveis, Incentivos para o reuso de água e Planos adequados às novas realidades climáticas.