Não é de hoje que a grande maioria dos clubes brasileiros não possui convicção em suas tomadas de decisões. Ano após ano os dirigentes afirmam que vão “arriscar” e buscar “o fato novo”. Entretanto, não há tempo ou possibilidades para a efetivação de trabalhos a longo prazo.
No futebol brasileiro, treinador que fica mais de seis meses é tido como “ponto fora da curva”. Se rompe a barreira do primeiro ano já é assustador para a torcida. Hoje, há uma grande dificuldade no que diz respeito à gestão de futebol. Óbvio que os próprios profissionais também tem culpa nisso. E tudo isso parte pela falta de planejamento.
Quantos técnicos já abandonaram projetos que diziam estar alinhados com suas filosofias para estudar e reposicionar no mercado, e na sequência já assinavam com outra equipe? Inúmeros. Esse é um fato corriqueiro no futebol brasileiro.
Não é questão de louvar o que ocorre em gramados europeus, porém, aqui não há convicção na escolha por um nome. Não há um estudo, mas sim uma busca por estancar a sangria criada pela demissão anterior.
Essas ações impactam diretamente no espetáculo. É cobrado que o torcedor lote os estádios, mas sem um “produto” que ele se interesse, não tem condições.
Por mais que recentemente o Brasil tenha dominado competições como a Libertadores e Sul-Americana, raramente vemos nomes “unânimes” no futebol local. O caso de Dorival Junior em 2022 é ótimo exemplo. Campeão da América e da Copa do Brasil, não teve seu contrato renovado. Na sequência, seu substituto não chegou a ficar seis meses no cargo.
Muito se cobra no futebol. Mas os cartolas precisam se atualizar. Precisam ter convicções e bancar o que querem.