A cura
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Ao longo da história, o homem frequentemente confrontou a sabedoria da natureza, mas cedo ou tarde, reconheceu seu erro. A natureza, em sua essência, é sábia e possui uma capacidade intrínseca de equilibrar os opostos, restabelecendo a harmonia necessária para a evolução dos seres vivos. Ela não apenas abriga a vida, mas também o remédio para todos os males que a afligem.

A doença, parte inevitável da constituição da existência, é um reflexo de desequilíbrios, enquanto a cura é a restauração dessa harmonia. O meio ambiente, em sua generosidade, disponibiliza ferramentas para ambos os processos: adoecimento e recuperação. Contudo, a humanidade, em sua ânsia por controle, transformou os tratamentos em um mecanismo de subsistência profissional e financeira, monopolizando aquilo que deveria ser acessível a todos.

Esse desvio pode ser observado no desprezo pela cultura popular acumulada ao longo dos séculos, que reconhecia os benefícios de produtos naturais como remédios. Aquela medicina tradicional, baseada em ervas e práticas holísticas, foi sendo negligenciada porque não agregava valor financeiro dentro da lógica capitalista. Subjugada a uma visão distorcida e limitada da ciência a serviço do capital – esse conhecimento ancestral foi relegado ao esquecimento, enquanto a cura passou a ser um bem comercializável.

Contudo, parece ser este o nosso destino: avançar com passos incertos, tropeçando, até reconhecer que a natureza, quando respeitada e estudada com humildade, revela soluções simples, gratuitas e divinas para os desafios da saúde. Ela não exige patentes nem fatura lucros. Sua ação é universal e inclusiva, em simetria com as leis que regem a vida.

É essencial resgatar a conexão com essa fonte inesgotável de inteligência, compreendendo que a verdadeira regeneração vai além do corpo físico. É um chamado à reintegração do homem com o universo, uma reconciliação que não apenas restaura a saúde individual, mas também promove o equilíbrio coletivo, reafirmando a divindade presente em tudo o que vive.