A vindima na Bahia, em plena Chapada Diamantina, existe e é uma experiência única. Em Mucugê, a Imersão Vindima da vinícola UVVA celebra o auge da colheita das uvas cultivadas a 1.150 metros de altitude. Por lá, a colheita não segue o calendário tradicional.
Com a técnica da poda invertida, que literalmente inverte o ciclo da videira com duas podas ao ano, a maturação das uvas ocorre no inverno, período ideal para produzir vinhos mais complexos, graças ao clima seco e ao solo franco argilo arenoso da região.
A experiência, que acontece apenas uma vez por ano, normalmente em julho, com saídas às terças e quintas-feiras, é restrita a apenas 12 pessoas por vez, no máximo 14, se grupo fechado.
Equipados com o Kit Colheita (agasalho, chapéu, avental e uma tesoura), entre os parreirais, o enólogo-chefe e diretor técnico da vinícola, Marcelo Petroli, explica toda a paixão pelas uvas e vinhos da região. A visita técnica se estende por todas as áreas da vinícola: cave, sala de microvinificação, laboratório (um dos mais bem equipados do país) e sala de tanques, todos no prédio com mais de 5 mil m², que abriga quatro pisos, incluindo o pavimento turístico com a visão panorâmica do vinhedo e onde o visitante encontra a loja, uma varanda para degustação e o Arenito, o restaurante da UVVA.
O auge da experiência, sem dúvida, é o almoço harmonizado servido em meio aos vinhedos. A estrutura surpreende: cozinha equipada, churrasqueira, vista arrebatadora. O chef André Chequer assina o cardápio e Marcelo Petroli conduz as harmonizações, apresentando rótulos como o inédito Viognier da casa e um blend tinto ainda sem nome revelado, guardado a sete chaves, que devem ser lançados ainda neste segundo semestre, em momentos diferentes.
Turismo vinícola baiano
Ainda em fase de captação de investimentos, o hotel da vinícola prevê uma construção moderna com 36 suítes, incluindo uma Suíte Presidencial, todas com vista para os 52 hectares de área plantada, com as variedades Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot, Malbec, Syrah, Pinot Noir, Sauvignon Blanc e Chardonnay. A ideia é oferecer ao visitante uma imersão ainda mais profunda no universo da UVVA, do nascer ao pôr do sol.
Um gaúcho a frente dos negócios
Fabiano, que é gaúcho de nascimento, mas baiano de coração (desde os 9 anos, quando o pai e o avô, Ivo e Pedro, compraram terras no estado), será homenageado com o título de Cidadão Baiano ainda em agosto. Um reconhecimento simbólico para quem fez da Bahia (e do vinho baiano) uma missão de vida.
E não é pouca coisa: a UVVA já acumula mais de 26 prêmios em pouco mais de dois anos de mercado. E para a felicidade de Borré, a Bahia continua sendo o maior emissor de visitantes da vinícola, consolidando o sentimento de pertencimento que move o projeto, inaugurado em 2022, após 10 anos de investimentos em pesquisas e estudos.
Fonte: Alô Alô Bahia