Porto Alegre

Webinar das Cidades Digitais da Região de Porto Alegre reúne gestores de 40 municípios

Evento compartilha tecnologias utilizadas nos municípios e reforça importância da transformação digital dos serviços públicos

Webinar das Cidades Digitais da Região de Porto Alegre reúne gestores de 40 municípios

A pandemia vem mostrando aos municípios a importância da tecnologia para continuidade da prestação dos serviços públicos, principalmente, diante da crise do novo coronavírus que vem exigindo a tomada de decisão rápida. Na manhã desta terça-feira (22), as tecnologias utilizadas pelas Prefeituras gaúchas foram compartilhadas com gestores de 40 municípios que participaram do Webinar das Cidades Digitais da Região de Porto Alegre.

No encontro virtual, promovido pela Rede Cidade Digital (RCD), Prefeituras e empresas trouxeram exemplos de como a informatização dos processos vem garantindo eficiência de gestão e, consequentemente, melhor atendimento à população. “A pandemia está acelerando o processo de transformação das cidades e os exemplos apresentados aqui reforçam ainda a mais a importância da tecnologia como estratégica na busca de soluções”, disse o diretor da RCD, José Marinho.

Dois Irmãos é um dos destaques quando o assunto é inovação e investimento no conceito de cidade inteligente. Segundo a prefeita Tânia Terezinha, o planejamento em tecnologia ao longo dos últimos anos, desde 2013, garantiu a adoção de novas medidas durante a pandemia. “Se nós conseguimos agora ter prontuários eletrônicos, chamadas por vídeos com os pacientes e ter tudo interligado é porque teve uma caminhada antes. Desde abril conseguimos fazer a capacitação dos nossos professores graças às tecnologias e os nossos alunos iniciaram em maio as aulas virtuais. Estamos atravessando muito melhor a pandemia por já ter iniciado esses programas digitais”, enalteceu a prefeita e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars).

Para a diretora de Governo Eletrônico de Novo Hamburgo, Tatiane Soares de Souza, a pandemia do novo coronavírus mostra que a tecnologia não deve ser encarada como um custo para as administrações públicas. “A pandemia não nos pegou tão desprevenidos pela infraestrutura tecnológica. Aqueles os gestores que estavam preparados, com acesso a dados, estiveram à frente de outros gestores que não estavam preparados com soluções tecnológicas e por isso acabaram à deriva diante desse cenário tão dramático que é a pandemia”, destacou a gestora do município gaúcho que é referência nacional na informatização da Saúde.

O presidente da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa), Paulo Miranda, também acredita que a crise evidenciou a ausência de sistemas de informação adequados em muitas cidades. Ele cita a pesquisa TIC Governo Eletrônico, feita pela CETIC.br, que mostra que apenas cerca de 30% dos municípios têm sistemas integrados de gestão e menos de 20% têm sistemas de apoio à decisão.

O levantamento também aponta que menos da metade tem alguma estrutura de TI e 80% não têm planos formais de tecnologia da informação ou de segurança de dados. “Apesar de mais de 90% dos municípios terem presença na internet, a comunicação interativa e serviços eletrônicos são uma realidade em menos de um quarto dos municípios brasileiros. Como regra geral, houve um avanço no uso da tecnologia que foi impulsionado pela necessidade de gestão no enfrentamento da crise”, analisa o presidente da Procempa, destacando os investimentos da capital gaúcha e a infraestrutura de comunicação a partir de uma infovia com mais de mil quilômetros de fibra óptica.

Para ele, o desafio é reconhecer o cidadão em toda a sua complexidade e conseguir ampliar os sistemas na área social. “É um momento que a administração precisa efetivamente estar próximo do cidadão e entender os seus problemas”, observa.

Além de modelos nas cidades e soluções de mercado, o evento desta terça trouxe a experiência da Secretaria de Governo Digital, do Ministério da Economia, na transformação digital dos serviços públicos. Segundo a gestora de Projetos, Roberta Buarque Rabelo, o processo não significa apenas migrar os serviços presenciais para a web. “Não é digitalizar a burocracia. É preciso investir na experiência do usuário, cortando etapas desnecessárias do processo de solicitação dos serviços”, explica ela.

Outro ponto que a especialista destaca é a questão da interoperabilidade dos órgãos públicos, que facilite o envio de informações por parte do cidadão. “Com essa estratégica é possível oferecer serviços mais rápidos, ágeis e mais baratos para os cidadãos”, completa a gestora do Ministério da Economia.

O evento na íntegra estará disponível a partir desta quinta-feira (24) no canal da TVRCD: https://youtube.com/redecidadedigital