Assegurar serviço de saneamento público de qualidade é o objetivo do calendário de mobilização agendado pelo Sindiágua/RS em todas as regionais do estado. Os encontros iniciam nesta quarta-feira, 18, em Bento Gonçalves, na Serra, reunindo representantes sindicais dos municípios da região. “As estratégias para evitar a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) são a pauta principal dos encontros. ”, adianta o presidente do Sindiágua, Arilson Wünsch que participa de todas as atividades. “A categoria deve estar unida e com este foco fundamental pois a luta não está ganha”, completa.
Uma das ações previstas é um ato em defesa da água pública no final de junho reunindo toda a sociedade para proteger serviços como os da Corsan, do DMAE, símbolo da resistência das empresas municipais e outras em todo o país que são alvo de ofensivas de empresas transnacionais que exploram esses serviços essenciais.
O Sindiágua move várias ações judiciais diante de irregularidades na tentativa de venda da Corsan pelo governo gaúcho. Denúncias também foram levadas ao Ministério Público de Contas, à Assembleia Legislativa além de ações nos municípios que aderiram aos novos contratos sem atender a exigências legais. Tanto a Agergs como o Fórum Gaúcho em Defesa do Saneamento comprovam que a companhia tem capacidade técnica e financeira de cumprir as metas determinadas pela nova lei do saneamento de 99% de cobertura de água e 90% de esgoto até 2033 sem precisar ser vendida.
“Gestores irresponsáveis estão tentando vender o acesso à água e esgoto tratado para empresas que só querem lucro, enquanto mais de mil municípios do mundo estão reestatizando o serviço porque ficou pior e mais caro nas mãos das empresas privadas”, destaca Wünsch.
Acordo coletivo e gestão irresponsável
Nos encontros também será tratado o Acordo Coletivo da categoria que abrange cerca de cinco mil servidores no estado que reivindicam a reposição salarial de 12,47% com perdas da inflação, entre outros itens.
“Entregamos a pauta em março e o atual governo sequer se manifestou mesmo com vários ofícios solicitando reuniões. Nunca antes na história de mais de 50 anos, os trabalhadores e trabalhadoras da companhia foram tão desrespeitados. Podem não gostar do sindicato, mas não gostar de quem leva a Companhia nos ombros é inadmissível. É lamentável a postura arrogante, desastrosa e irresponsável do presidente Roberto Barbuti”, destaca Arilson Wünsch.
Apoio da sociedade
Nesta semana ocorrem ainda as plenárias em Osório na quinta-feira, 19, reunindo o Litoral; dia 20 a Região Metropolitana ser articula no encontro agendado em Porto Alegre. Na próxima semana os encontros estão marcados na terça-feira, 24, em Santa Maria, conglomerando os municípios das regiões Centro, Fronteira Oeste e Pampa. Na quarta-feira, 25, a mobilização será em Santo Ângelo, integrando as Missões. Passo Fundo sedia o debate no dia 26, reunindo os municípios do Planalto e encerrando na região Sul no dia 31, no município de Rio Grande. Além de mobilizar a base da categoria, o movimento está em permanente diálogo com as entidades parceiras, usuários, lideranças locais para evitar a venda das empresas públicas.