As lideranças dos comerciantes ambulantes de Caxias do Sul entregaram, nesta quarta (02), o cadastro com mais de 100 nomes de trabalhadores que atuam na atividade. O documento, recebido pelo diretor de fiscalização da Secretaria de Urbanismo, Rodrigo Lazzarotto, faz parte do trabalho iniciado em fevereiro pela Prefeitura para encontrar uma solução ao problema, que tem características econômicas por impactar o comércio formal, mas também social pela necessidade de trabalho para este público, formado principalmente por imigrantes.
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Lazzarotto destaca que o cadastro foi elaborado pelas lideranças dos ambulantes, num trabalho que também serviu para expor as iniciativas que estão sendo tomadas para encontrar soluções conjuntas, que atendam aos diferentes segmentos envolvidos. “Estamos construindo alternativas viáveis e importantes para resolver esta situação, com a participação de entidades do comércio, vereadores, várias secretárias do Executivo, os próprios ambulantes, forças de segurança, organismos do Estado e da União e da esfera Judiciária”, reforçou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego (Sdete), Elvio Gianni, explica que, a partir de agora, o trabalho será concentrado na definição dos locais onde os ambulantes poderão trabalhar. A intenção é que a situação esteja resolvida até o final de junho. Adianta que o projeto é de criar três espaços públicos, na área central da cidade, para que estes trabalhadores montem toldos para a venda de produtos. Já está acordado que relógios e óculos falsificados não poderão ser comercializados. “Temos o compromisso da própria categoria na fiscalização para evitar que o acordo seja descumprido”, salienta. Para ocuparem os locais, ainda indefinidos, os comerciantes terão de pagar uma taxa anual de licenciamento, além da obrigatoriedade de a banca estar identificada.
Para Gianni, a solução do problema parte de uma lógica diferente daquela que até agora vinha sendo usada, de reprimir a atividade. “Começamos pelo diálogo com todos os setores. Ouvimos demandas, reclamações e sugestões. Tudo foi analisado em diversas reuniões de forma a dar transparência e confiabilidade às tratativas”, assinalou, destacando o envolvimento de outras secretárias, como Urbanismo, Segurança e Cultura, além da Fundação de Assistência Social.
Antecipou, no entanto, que a categoria terá papel fundamental para inibir que os espaços atuais voltem a ser ocupados ilegalmente no futuro. Caso isto ocorra, a medida adotada será a repressão mais forte. “Estamos iniciando um projeto que acreditamos tenha condições de dar resultados. Mas será preciso a colaboração de todos”, indicou. A tendência futura, de acordo com Gianni, é montar uma estrutura fechada, similar ao espaço que hoje abriga antigos camelôs, na Rua Sinimbu. O secretário pondera que o projeto é piloto e pode sofrer ajustes no decorrer de sua implementação.