Uma safra de referência em produção e qualidade superior é destacada pelo presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), Luciano Rebellatto, ao se referir a colheita da uva no Estado que se aproxima da sua finalização. O dirigente confirma que a expectativa inicial dos produtores de 750 mil toneladas da fruta está próxima de ser concretizada.
“Me arrisco a dizer que mais a frente, quando os produtos começarem a chegar na mesa do consumidor, poderá ser considerada a safra das safras, melhor do que a de 2020”, afirmou.
Em relação ao ano passado, o acréscimo foi de 38,5% na cadeia produtiva de vinhos, espumantes, sucos e derivados do fruto. Sobre a qualidade Rebellatto ressalta que as expectativas também estão sendo comprovadas pois o clima, com chuvas abaixo da média, favoreceu de forma assertiva o desenvolvimento dos parreirais.
“Isso para a uva é muito bom, muito saudável. Sem chuva e umidade temos uma redução muito grande de fungos que atacam (a fruta). E isso faz com que a maturação seja plena ou seja poder escolher o dia de colher a uva”, explicou, apontando que janeiro e fevereiro foram meses secos.
O presidente do Consevitis-RS acrescenta que dados não oficiais indicam o grau Brix, escala usada para medir a proporção de açúcar nas uvas, ficou em pelo menos dois graus acima da média do ano passado. “Esse ano está em 15 graus”, antecipa o dirigente, explicando que essa é uma referência de qualidade que compreende ainda aromas, sabores e acidez.
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Sobre o próximo ciclo de plantio de uvas, Rebellatto aponta que um dos gargalos que ainda persiste é a questão de mão de obra. Conforme ele, não há resistência na questão da formalização, mas sim de encontrar trabalhadores.
“O maior problema do nosso produtor é o período de poda e, mais grave, o da colheita. Então, devem acontecer muitos investimentos para a aquisição de máquinas. O produtor está se adaptando para a mecanização”, sinalizou.
Segundo o presidente do Consevitis-RS, o Estado possui em torno de 13 mil propriedades produtoras de uva, que variam entre três a cinco hectares.
Na semana passada, o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado em 13 de março, divulgou que a colheita de uvas foi concluída na região administrativa da entidade em Bagé. No levantamento foi destacado a alta qualidade dos frutos, o que está acarretando em grande demanda das vinícolas da Serra Gaúcha. Na região administrativa de Passo Fundo, a cultura encontrava-se na fase final de colheita, com produtividade e qualidade satisfatórias. De acordo com o Informativo Conjuntural, os preços estabelecidos foram de R$ 8,00 o quilo para uvas de mesa e R$ 2,80 o quilo para uvas viníferas.
Na região administrativa de Pelotas, a colheita estava em andamento. Em Pinheiro Machado, as perdas causadas pelo ataque de pássaros foram significativas, e estima-se 30% de quebra na safra. Já na região administrativa de Soledade, o vinho já encontrava-se em fase de produção nas vinícolas empresariais e coloniais.
