As expectativas do setor produtivo para a safra de trigo em 2022 estão altas, com possibilidade de recordes e com grãos de boa qualidade. Tais previsões foram abordadas na reunião da Câmara Setorial do Trigo, realizada na última quinta-feira (27) em formato híbrido na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
A projeção de safra apresentada pela Emater/RS-Ascar em outubro aponta para uma produção de 4,7 milhões de toneladas de trigo, em uma área cultivada de 1,48 milhão de hectares. Dessa forma, a produtividade média pode chegar em 3.210 quilos por hectare.
“Estamos, no momento, iniciando a colheita do trigo com uma expectativa excepcional quanto à qualidade e quantidade do grão a ser colhido”, pontuou o secretário Domingos Velho Lopes.
Neimar Peroni, da gerência de planejamento da Emater, comentou sobre as localidades com maior potência para a safra do trigo em 2022.
“As regiões de Ijuí, Missões e Passo Fundo são as que apresentam a maior produtividade. A colheita, que está em 7%, está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado, em que já tínhamos 40% da área colhida. É que o La Niña empurrou o ciclo do verão e atrasou as culturas de inverno”, explicou.
O diretor e coordenador da Comissão do Trigo e Culturas de Inverno da Farsul, Hamilton Guterres Jardim, acredita que a safra pode chegar a 5 milhões de toneladas, em uma área de 1,5 milhão de hectares.
“Eu nunca vi, em quase 40 anos na região das Missões, uma safra tão maravilhosa quanto a desse ano. As produtividades estão surpreendentes. O produtor investiu, viu nessa safra a oportunidade de recuperar as perdas passadas e está utilizando novas tecnologias em sementes. O trigo está sem falhas, sem micotoxinas. Estamos indo para a maior safra da história no Rio Grande do Sul”, avaliou
Nova metodologia do trigo
Ainda assim, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reapresentou a nova metodologia utilizada para levantamento objetivo da safra de trigo este ano. A metodologia já havia sido apresentada na última reunião da Câmara Setorial, realizada durante a Expointer.
Neste novo método, empregado com sucesso na safra da soja deste ano, a Conab está utilizando sensoriamento remoto para confeccionar uma máscara das culturas de inverno, tendo como referência os índices de vegetação, com imagens de satélite. Pontos amostrais são sorteados e avaliados em campo, com identificação das lavouras amostradas, avaliação dos componentes do rendimento no campo e em laboratório. O resultado é um mapa do Rio Grande do Sul com as variações de rendimento da safra, por quilo por hectare.
Neste momento, as equipes da Conab, com auxílio da Emater/RS-Ascar e outras entidades do setor, estão na fase de coleta de dados a campo. A Companhia prevê divulgar o resultado do levantamento objetivo da safra de trigo até o fim do ano.
Com informações: Seapdr