Rio Grande do Sul - O Rio Grande do Sul levou à COP30, em Belém do Pará, o projeto-piloto de rastreabilidade de bovinos e bubalinos que já opera no Estado. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) promoveu um painel sobre o tema no espaço do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), na Agrizone, e apresentou o modelo como ferramenta estratégica para unir produção e conservação ambiental, especialmente no bioma Pampa.
O secretário adjunto da Agricultura, Márcio Madalena, destacou o papel singular da pecuária gaúcha. Ele afirmou que o Pampa sustenta uma pecuária equilibrada, sem devastação e com manejo tradicional que preserva o bioma. “Existe uma simbiose perfeita. O produtor trabalha em harmonia com a paisagem e mantém a sustentabilidade ambiental como marca da nossa pecuária”, disse.
Rastreabilidade
Madalena detalhou o andamento do projeto-piloto de rastreabilidade que a Seapi coordena com o objetivo de adiantar as etapas previstas no Plano Nacional de Rastreabilidade. O governo federal estabeleceu 2032 como prazo final, mas o Rio Grande do Sul trabalha para entregar o sistema antes.
“Com a qualidade e o status sanitário que já possuímos, alcançar a rastreabilidade total nos dará um posicionamento estratégico no mercado da carne”, afirmou.
Notícias Relacionadas
O setor produtivo também reforçou a relevância da iniciativa. O vice-presidente da Farsul, Domingos Velho Lopes, ressaltou os compromissos do produtor rural com a sustentabilidade e apontou a rastreabilidade como parte das novas rotas de descarbonização. Ele destacou que o bioma Pampa oferece base sólida para avançar com práticas que valorizam o produtor e ampliam a competitividade da pecuária gaúcha.
Tecnologia e Produção Animal
O pesquisador Fernando Cardoso, da Embrapa Pecuária Sul, afirmou que a tecnologia de rastreabilidade fortalece o equilíbrio entre conservação ambiental e produção de alimentos de origem animal. Ele destacou que o Estado se adianta ao controlar todo o rebanho com foco na qualidade e na segurança de todo o processo produtivo. “O produto final já tem reconhecimento. Agora mostramos também a robustez do caminho que ele percorre”, disse.
O painel contou com a presença do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, enviado especial para a Agricultura na COP30, e da consultora do IICA Renata Miranda, que acompanharam as discussões sobre inovação, rastreabilidade e sustentabilidade no setor pecuário.
