ECONOMIA

"O mercado de seguros precisa ter uma postura mais pró-ativa em respeito à prevenção" afirma palestrante na reunião-almoço da CIC

Presidente do Conselho Diretor da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Roberto Santos, abordou o setor e o enfrentamento das tragédias climáticas

"O mercado de seguros precisa ter uma postura mais pró-ativa em respeito à prevenção" afirma palestrante na reunião-almoço da CIC
Foto: Diego Pereira/ Grupo RSCOM

O presidente do Conselho Diretor da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Roberto Santos, foi o palestrante da RA (reunião-almoço) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), nesta segunda-feira (30).

Com o tema “A indústria de seguros e sua importância para a economia do País”, Roberto explicou o funcionamento do mercado e trouxe alguns números do setor. Entre eles, abordou o impacto do setor com a tragédia climática no Rio Grande do Sul.

Maior tragédia enfrentada pelo mercado de seguros no país. Uma característica diferente das demais sendo a primeira a ter permanência maior. Muito mias difícil para todo mundo.

De acordo com ele, o principal aprendizado que o mercado teve com o ocorrido foi que o cenário alterou de mudança climática para emergência climática. Afirmou que o setor precisa agir mais, com uma postura mais pró-ativa em respeito à prevenção.

A gente sabe que cada vez mais terá no país problemas semelhantes. A grande lição é essa: o mercado de seguros tem que mudar de postura para interagir com outros órgãos no sentido de buscar prevenção e se anteceder às situações emergenciais.

O presidente ainda comentou que as solicitações de indenizações relacionadas à enchente no Estado já chegam a cerca de R$ 7 bilhões, com expectativa de alcançar R$ 8 bilhões. Roberto citou projeto do setor que já tramita em Brasília buscando a mitigação dos riscos, que entre outras possibilidades, prevê auxílio funeral e indenização por unidade habitacional mediante cobrança de taxa na conta de energia elétrica.

Questionado se o serviço tem tendência de elevação nos preços, devido ao aumento das indenizações no Rio Grande do Sul, o presidente explicou que a precificação já está prevista em partes pelo mercado e que possíveis valores não são repassados diretamente para um local específico, mas diluídos geograficamente.

Por fim, relatou que naturalmente a tragédia climática do RS deve ajudar a mostrar a importância do mercado e resultar em maior procura pelo serviço. Contudo, ele lamenta que a contratação ocorra pela necessidade e não pela prevenção.

É a pior forma da gente educar é através da dor. A melhor seria pelo amor, ou seja, através de educação e entendimento da importância da proteção. Em função do que aconteceu as pessoas já estão contratando mais seguros emergenciais. A gente já percebeu um aumento. Da mesma forma que aconteceu com o seguro de vida na pandemia. Naturalmente, acaba sendo uma forma de educação pela dor que não é legal.

No ano passado, o mercado brasileiro de seguros registrou R$ 467,9 bilhões em indenizações e arrecadou R$ 669,5 bilhões. Entre outros números que foram destacados, o setor abrange 20,4 milhões de veículos segurados, 6,25 hectares plantados segurada e 51,1 milhões de beneficiários de assistência médica.