Está marcada para esta sexta-feira, 16 de maio, uma paralisação dos servidores públicos municipais de Caxias do Sul. A mobilização foi aprovada em assembleia por cerca de 500 servidores, realizada no Largo da Prefeitura, como parte da campanha salarial de 2025.
Desde o início do ano, a categoria está em operação padrão — uma forma de protesto em que os servidores cumprem todas as normas e procedimentos de forma rigorosa, sem adotar práticas que costumam agilizar o atendimento no dia a dia. Isso pode tornar o trabalho mais lento, mas sem que os serviços sejam interrompidos. A estratégia é utilizada como forma de pressão, mantendo a legalidade das atividades.
Reivindicações dos Servidores e Proposta do Executivo
Os servidores reivindicam, entre outros pontos, a reposição inflacionária de 5,5% e a revisão de distorções salariais provocadas pela Lei Municipal 409/2012. Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), uma pauta com mais de 40 itens foi entregue à administração em fevereiro. O sindicato afirma que apenas três itens foram aceitos até o momento.
A proposta mais recente do Executivo foi a antecipação de 1% da reposição inflacionária referente a 2025, a ser paga na folha de junho do mesmo ano. No entanto, esse 1% seria descontado do reajuste previsto para 2026. Ou seja, se em 2026 a correção salarial for de 2%, pela proposta do Executivo os servidores receberiam apenas 1% naquele ano, já que o outro 1% teria sido antecipado em 2025.
Entre as medidas sugeridas pela categoria para viabilizar o atendimento das reivindicações estão corte de 50% dos cargos de confiança, redução de gastos com publicidade, revisão de contratos, auditorias em grandes secretarias e uso do prédio da Maesa para redução de custos com aluguéis.
Posicionamento da Prefeitura e Impacto da Paralisação
Em nota, a Prefeitura de Caxias do Sul informou que os atendimentos à população seguirão durante a paralisação, podendo haver atrasos ou redução no ritmo dos serviços. A orientação é para que os setores organizem as equipes de modo a garantir o funcionamento dos atendimentos, ao mesmo tempo em que permitam a participação dos servidores no movimento. A administração também esclareceu que os servidores poderão utilizar banco de horas, faltas justificadas, folgas por participação nas eleições ou outros mecanismos válidos para compensação do período.
No caso das escolas, cada instituição deverá avaliar sua adesão à paralisação, informar as famílias e planejar a recuperação da carga horária. A Prefeitura de Caxias do Sul declarou ainda que permanece aberta ao diálogo com a categoria e reforçou o compromisso com a responsabilidade fiscal.