Empreendedorismo

Empresário critica posição contra mudanças do Plano Diretor de Bento Gonçalves

Loteador diz que mobilização deveria se estender a outras necessidades do Vale e fala em proteção de mercado por alguns setores. "Trava ao desenvolvimento", define

Empresário critica o que seria a defesa de "reserva de mercado" por alguns setores
Empresário critica o que seria a defesa de "reserva de mercado" por alguns setores

Empresário vê “trava ao desenvolvimento”, em posição contra mudanças do Plano Diretor de Bento Gonçalves
Uma audiência pública com vaias e muita pressão. Diversos ofícios por entidades encaminhados, adiamento das outras audiências já marcadas e a situação ficou insustentável: na última quinta-feira o prefeito Diogo Segabinazzi Siqueira encaminhou ofício ao Poder Legislativo solicitando a retirada dos Projetos de Lei Complementar 10 e 12 que previam a possibilidade de correções e proposições de alteração à lei complementar 200/2018 que trata do Plano Diretor.
Na última sexta-feira pela primeira vez de forma mais enfática – durante a audiência pública representantes do setor de construção civil apoiaram discretamente quem defendia a possibilidade de mudanças no Vale dos Vinhedos – uma reação do setor de investidores veio a público de forma clara. O empresário Ivo Siviero Filho, da Lex Empreendimentos imobiliários lançou uma carta aberta endereçada à Aprovale em que acua a posição de empresários e moradores do Vale como uma séria trava ao desenvolvimento econômico não apenas da localidade, mas do município como um todo.
No texto, o empreendedor explicita toda a inconformidade em relação ao que chama, com ironia, de “salvação do Vale”. Siviero se mostra irritado ao lembrar que a mesma união demonstrada agora não se dá quando os assuntos são a melhora da rodovia, coleta de lixo e sinalização adequada por exemplo. E segue adiante: “ Mas, ao invés de nós todos nos unirmos para iniciarmos um processo de criação e engajamento para um Vale sustentável e auto suficiente venha se tornar realidade, alguns aqui desse grupo legislam em causa própria, em interesse próprio a ponto de querer criar uma reserva de mercado imobiliário”.
Leia na íntegra a carta do empresário:
Carta à Aprovale

Parabéns a diretoria, conselheiros e os demais envolvidos nessa “luta” pela “salvação” do Vale dos Vinhedos.

Eu gostaria de ver esse mesmo engajamento, essa mesma “garra” para viabilizarmos uma rodovia com a mínima estrutura viária é condizente com o que representa o Vale.

Também gostaria dessa força para viabilizarmos uma sinalização padronizada, coerente e harmônica para o “nosso Vale”.

Seria muito bom também pensar na coleta de lixo, (já citada por outros aqui nesse grupo), que é uma vergonha, muitas vezes mal efetuada e deficiente.

A ideia de criar uma zona franca do vinho, para atrairmos turistas de todo o Brasil e consequentemente criar uma concorrência mais justa ante o contrabando e a importações de vinhos dos nossos países vizinhos, mereceria uma atenção mais que especial.

Uma taxa sobre todos os itens consumidos no Vale para criarmos um fundo e executarmos  todas as melhorias acima citadas, acho que também seria de suma importância.

Mas ao invés de nós todos nos unirmos para iniciarmos um processo de criação e engajamento para um Vale sustentável e auto suficiente venha se tornar realidade, alguns aqui desse grupo legislam em causa própria, em interesse próprio a ponto de querer criar uma reserva de mercado imobiliário.

Eu não faria isso, me daria por impedido e no máximo expressaria minha opinião e não “legislaria em causa própria”.

Parabéns à Aprovale e demais entidades municipais que através de algumas pessoas conseguiram “travar” o município de Bento Gonçalves (não só no Vale dos Vinhedos, mas todo o município, pois o projeto de atualização e adequação do plano diretor, afeta todos os setores da comunidade, principalmente o da construção civil que é um dos que mais gera receita e impostos para o município) e “repassar” aos municípios vizinhos empreendimentos fantásticos, que iriam trazer desenvolvimento e receita suficiente para realizarmos tudo aquilo que já comentei anteriormente. Ao invés de propor medidas mitigatórias coerentes e que viessem a ajudar na realização dos projetos acima descritos, não, nega que é mais fácil e mais conveniente para alguns.

E antes que citem que o MP esta fiscalizando e recomendando (sim, com todo respeito ao MP, ele somente recomenda e sugere medidas) cada município que pertencente ao Vale dos Vinhedos é soberano sobre o seu território e vai fazer o que lhe achar mais conveniente e necessário. Anotem isso.

Como já falei em outra ocasião não acho que whatsapp seja o local correto para esse tipo de discussão porém como não tenho o e-mail de todos associados tive que expor o assunto aqui. Fico a disposição para marcar uma data e local para dissertarmos mais sobre o assunto.

Minha solidariedade ao amigo @+55 54 9972-1438 que idealizou um projeto fantástico na sua terra e que agora terá que parar sua obra até que isso tudo seja resolvido.

Para finalizar vou citar uma frase que ouvi de um amigo a uns 25 anos atrás, não lembro qual foi o motivo, mas que descreve muito bem o que acontece no nosso município.

“Em Bento, teríamos que construir uma grande cerca ao redor do perímetro do município e criar somente cabritos, pois eles comem tudo, não deixam nada crescer e se desenvolver na terra…”

Ivo Siviero Filho