CARREIRA

Indústria demite e Caxias do Sul fecha 325 vagas formais de emprego em junho

O setor industrial foi o principal responsável pelo resultado negativo: 514 demissões a mais que admissões. A agropecuária também apresentou forte queda, com saldo de -117 vagas

Foto: Divulgação/Fiergs
Foto: Divulgação/Fiergs

Em meio a um cenário nacional de leve crescimento no emprego formal, Caxias do Sul registrou um saldo negativo de 325 vagas com carteira assinada no mês de junho de 2025. A retração representa uma queda de 0,19% no total de postos de trabalho na cidade, que atualmente mantém um estoque de 173 mil vínculos formais.

O setor industrial foi o principal responsável pelo resultado negativo: 514 demissões a mais que admissões. A agropecuária também apresentou forte queda, com saldo de -117 vagas, o que representa uma retração de 5,12% em apenas um mês.

Na contramão, o setor de serviços liderou a geração de empregos na cidade, com 253 novas vagas, seguido pela construção civil, que fechou o mês com 37 empregos criados. O comércio teve saldo praticamente estável, com leve alta de 16 postos de trabalho.

Desempenho Anual e Comparativo

Apesar do resultado negativo em junho, Caxias do Sul ainda acumula, no ano, a criação de 3.607 empregos formais. No entanto, o número representa uma desaceleração significativa: no mesmo período de 2024, haviam sido geradas 5.800 vagas, ou seja, queda de mais de 38% no ritmo de contratações.

Em nível estadual, o Rio Grande do Sul teve desempenho modesto: saldo positivo de 2.443 vagas no mês, puxado também pelo setor de serviços. Nacionalmente, o Brasil criou 166 mil empregos, mantendo crescimento, ainda que menor que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando o saldo foi de 206 mil.

Análise do Observatório do Trabalho da UCS

A coordenadora do Observatório do Trabalho da UCS, professora Lodonha Maria Portela Coimbra Soares, destaca que os dados de Caxias reforçam a necessidade de atenção à indústria, setor historicamente central na economia da cidade.

“A queda no saldo da indústria pode estar relacionada a oscilações no mercado externo, alta nos custos de produção e um ambiente econômico ainda instável”, avalia.