Além de mostrar união e força com a mobilização de milhares de produtores e centenas de máquinas (cerca de 300 tratores) agrícolas no coração de Porto Alegre, o SOS Agro RS tem palestras e debates na Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia. O principal tema envolve um painel para abordar as soluções trazidas pelo governo federal com a Medida Provisória 1.247, que estabeleceu descontos para dívidas, palestra sobre o setor leiteiro, espaço para pronunciamento políticos e caminhada até a Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Os agricultores participantes, que reivindicam apoio do governo federal devido às perdas acumuladas desde 2021, se deslocaram pela BR 386, partindo do autódromo Velopark em Nova Santa Rita às 3h com escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A chegada à capital foi pela avenida Castelo Branco às 6h, com caminhões transportando tratores sendo descarregados na Orla do Guaíba até às 9h.
Evento conta com presença de autoridades:
“Nada seria possível se vocês não entendessem a força que têm. Vocês entenderam o objetivo do movimento, que é fazer com que o produtor continue a colocar o alimento na mesa do consumidor”, disse Graziele de Camargo,coordenadora do grupo, na abertura do evento do SOS Agro RS.
Palco recebe líderes e autoridades do agro gaúcho. Presidente da Farsul, Gedeão Pereira, falou sobre a insuficiência da Medida Provisória publicada pelo governo federal – que precisa ser regulamentada – para atenuar o endividamento rural.
“O Rio Grande do Sul é um estado do agro, embora muitos da população urbana não tenham esse tipo de conhecimento. Todos dependemos do agro, temos que tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias. Temos que pedir a compreensão da população porque precisamos de ajuda agora. Se nós não formos atendidos, quem vai pagar é o consumidor, porque está havendo uma grande diminuição de área plantada no RS”
O governador Eduardo Leite e o vice Gabriel Souza também estão presentes. Em sua chegada, Leite falou sobre a importância do evento.
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“É muito importante deixar claro que não se trata de um movimento político, partidário, ideológico. É um movimento genuíno das bases do agronegócio gaúcho, que expressa a sua angústia, a sua ansiedade com a falta de resposta às demandas que são apresentadas depois de um ciclo de estiagens e de uma enchente que prejudicou a produtividade do campo gaúcho. O Rio Grande do Sul é industrial, o Rio Grande do Sul é tecnológico, o Rio Grande do Sul é muitas coisas. Mas, sobretudo, o estado do Rio Grande do Sul tem a sua base no agro. Nada é mais Rio Grande do que o agronegócio gaúcho. E, por isso, a gente precisa, nesse momento de especial dificuldade, respostas claras para um público que já sofreu com produtividade em anos anteriores pela estiagem.”
Confira a fala completa:
Caminhada a Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária:
O painel “Desmistificando a MP” está prevista para as 11h, com integrantes do SOS Agro RS Paulo Learsi, Graziele de Camargo, Lucas Scheffer e os presidentes da Farsul, Gedeão Pereira, e da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva. Após o almoço, o movimento organizou palestra sobre o setor leiteiro com Paulo Herrmann e Marcos Tang, presidente da Gadolando.
Parlamentares terão espaço para manifestação a partir das 13h20min, estendendo-se até as 15h, quando os agricultores devem sair em caminhada até a sede regional do Mapa, na Av. Loureiro da Silva. O deslocamento será feito com cavalos, produtores e 20 tratores, para entregar as reivindicações dos produtores ao governo federal. O encerramento do movimento está previsto para as 15h40min, com execução do Hino Nacional.
