Agro Rural

Semana Santa: Emater estima venda de mais de 270 toneladas de peixes na Serra Gaúcha

A comercialização deve movimentar mais de R$ 4 milhões. O preço médio do quilo do peixe na região é de R$ 14,82.

Na região de Caxias do Sul, estima-se que sejam vendidos 298.866 kg de peixe. Foto: Divulgação
Na região de Caxias do Sul, estima-se que sejam vendidos 298.866 kg de peixe. Foto: Divulgação

A partir de levantamento feito em 467 dos 497 municípios gaúchos, a Emater/RS-Ascar divulga a previsão de comercialização de peixe durante a Semana Santa. De acordo com a estimativa, o volume a ser comercializado diminuiu 28%, passando de 4.229.765 kg para 3.033.123 kg. De acordo com o extensionista responsável pelo processamento das informações, Henrique Bartels, o teletrabalho dos extensionistas, a estiagem e as incertezas sobre a possibilidade de realização de feiras devido à pandemia do coronavírus dificultaram o planejamento, “de forma que 75% das informações só foram postadas nos últimos cinco dias antes da data limite expirar, que foi dia 31 de março”. A Emater/RS-Ascar atua em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) também no atendimento aos agricultores e pescadores do Estado.

Nas diversas regiões do Estado, a maioria das feiras do peixe foi cancelada em virtude da pandemia da Covid-19 e os produtores vão comercializar os peixes em suas propriedades. Na Serra, a previsão é de que sejam comercializados durante esta semana em torno de 274 toneladas de peixe, movimentando mais de R$ 4 milhões. O preço médio do quilo do peixe na região é de R$ 14,82. Haverá 170 pontos de comercialização, com destaque especialmente para a venda nas propriedades rurais, além de pesque-pague, feiras e outros. A maior quantidade ofertada será de carpas (capim, prateada, cabeça grande e húngara) e filé de tilápia.

Como o número de municípios que apresentaram informações sobre a comercialização de peixe diminuiu, se comparado com o levantamento de 2019, passando de 485 para 467 escritórios locais, houve redução do volume de vendas esperado. Já quando comparado com o preço médio praticado no ano passado, o aumento neste ano é de 3% (passou de R$ 13,66 para R$ 14,08). No entanto, quando se compara o valor bruto do peixe comercializado, houve uma redução de 26% (R$ 57.758.412,55 x R$ 42.711.839,40), ou seja, de R$ 15.046.573,15 a menos do que em 2019.

Sobre os pontos de comercialização de peixes no Estado, houve uma redução dos quatro indicadores apresentados (locais de feira, dias de feira, venda na propriedade, venda na casa do pescador). Comparado com 2019, o número de locais de feira diminuiu 34% (de 332 para 218) e o número dos dias de feira diminuiu 40% (de 1.070 para 642). Já a redução no número de propriedades e de casas de pescadores que vão vender peixe foi menor do que 20%, ou seja, de 2.776 para 2.304 e de 2.036 para 1.699, respectivamente. Outros locais de comercialização de peixes, como beira de rios e da praia, ambulantes e pesque-pague, também apresentaram redução aproximada de 16%, passando de 6.233 pontos no total em 2019 para 5.260 programados para 2020.

Sobre as espécies comercializadas, a carpa capim inteira é a que apresenta maior expectativa de venda, com a projeção de 507.956 kg a serem comercializados, seguido da tilápia, que apresenta avanço no volume total a ser comercializado, passando de 8% das vendas em 2014 para 19% em 2020. Para Bartels, “isso pode indicar que os produtores estão aprendendo as técnicas de cultivo e os consumidores, conhecendo e apreciando o sabor desta espécie”. Durante a Semana Santa também serão vendidas as diversas espécies de carpas (húngara, cabeça grande e prateada, tanto eviscerada como inteira), jundiás, traíras, camarão, piavas, violinhas e pescadas, entre outras.

Durante o ano, a Emater/RS-Ascar divulga o levantamento da previsão, através de seus escritórios municipais e regionais, planeja e executa várias atividades nas áreas de piscicultura, junto aos agricultores familiares e pescadores. Os extensionistas elaboram projetos e orientam os produtores na construção dos viveiros, na calagem e na adubação, na introdução dos alevinos, no manejo e controle da qualidade da água, na alimentação dos peixes, no controle das doenças, na despesca e na comercialização da produção e nas formas de consumo do peixe produzido.

A maior parte da comercialização de peixe no Rio Grande do Sul ainda ocorre durante a Semana Santa, quando se estima a venda de 20 a 25% da produção”, ressalta Bartels, ao destacar que esse levantamento a nível local sobre a comercialização de peixe durante a Semana Santa é realizado pela Emater/RS-Ascar em todo o Estado desde 2009.