Um público de quase 200 pessoas prestigiou o Giro Pelo Rio Grande, evento traz debates de interesse público a diversos municípios do RS há alguns anos. O encontro mantido na noite de terça-feira no hotel Vila Michelon, contou com a presença do presidente da Fecomércio, Luis Carlos Bohn, promotor da ação e de dirigentes do comércio, entre outras lideranças e público diverso. A iniciativa teve o apoio local do Sindilojas Regional Bento
A provocação veio sob a temática “a importância do seu voto” e partiu dos professores e pesquisadores Lucas Schiffino e Marcelo Portugal. De forma didática, eles discorreram sobre os principais desafios que os gestores a serem eleitos em outubro próximo terão para colocar municípios, estados e a União nos eixos. Um deles é uma maior responsabilidade fiscal. “Reduzir o déficit público de 180 bilhões de reais anuais em 180 bilhões anuais de superávit é uma proposição/solução tão simples de formular quanto difícil de tornar real”, expôs Portugal, defendendo o torniquete que o Governo central precisa aplicar sobre estados e municípios, além de cortar a própria carne. “É difícil, não é meta de curto prazo, mas é preciso começar”.
Mas eles entendem as mãos atadas dos prefeitos que tem a maior parte de seu orçamento engessado. “Vejam, criaram a CPMF e destinaram à saúde. Agora querem recriá-la e vincular à segurança. Prefeitos precisam de recursos livres para aplicar na rua do cidadão”, disse ao olhar para o prefeito Guilherme Pasin, presente ao encontro.
O discurso empregado é em tom liberal e por reformas que reduzam a intervenção estatal. Um exemplo citado é o a comparação feita entre três hospitais de Porto Alegre. A Santa Casa, de caráter filantrópico e sem o controle estatal com os hospitais das Clínicas e Grupo Conceição, ambos da União. “A Santa Casa atende a mesma clientela dos outros dois gastando um terço. O orçamento dela é de R$ 450 milhões por ano, contra mais de 1,5 bi de cada um dos outros dois hospitais. O mesmo deve ocorrer nas universidades e em diversos outros setores.
Para o presidente da Fecomércio, o projeto focou nas eleições deste ano porque são o que mais de importante este ano. “Pretendemos dar um recado ao eleitor, todo mundo está havendo que as finanças públicas no Brasil vão mal o setor publico está falido e isto passa pelo voto. É preciso entender sobre as ideias dos candidatos, eles precisam estar comprometidos com mudanças e com um estado menor”, prega Bohn.
A receita de transformação do déficit em superávit, segundo os painelistas, passa ainda pela reforma da previdência, que consome 43% da receita da união, com aumento do tempo de contribuição e fim do acúmulo de pensões. Simplificação da matriz tributária e reforma política também são caminhos necessários para um país mais moderno e forte segundo Schiffino e Portugal.