A Movergs, entidade que reúne as indústrias de móveis do Rio Geande do Sul, responsáveis por mais de 30 mil empregos diretos, reagiu em tom de inconformidade ante a notícia de que o ICMs sobre os móveis passará de 17 para 19,5%. Em manifesto, a entidade que é dirigida por Euclides Longhi, elencou índices de inflação e “fatores internos e externos” que fazem as empresas perderem em competitividade e terem dificuldade na manutenção dos negócios. A nota termina formalizando sua posição contrária ao aumento se mantendo ao lado das indústrias gaúchas.
Leia o manifesto na íntegra:
“O setor moveleiro gaúcho é um dos mais importantes do Brasil em número de empresas, produção, faturamento, empregos e exportação. Abrigando as principais marcas de móveis planejados e seriados do país – além da forte produção de estofados e colchões – o Rio Grande do Sul conta com 2.409 indústrias moveleiras que empregam 36.832 trabalhadores. É o quinto setor industrial que mais emprega no estado, gerando renda a milhares de famílias do Norte ao Sul do RS.
No entanto, fatores internos e externos fazem com que as empresas tenham cada vez mais dificuldade para reduzir custos de produção e aumentar vendas – operando com margens de lucro apertadas, em alguns casos beirando o prejuízo, para não encerrarem suas atividades. Elevada carga tributária; juros altos; falta de incentivos fiscais; a posição logística do Rio Grande do Sul (extremo Sul do Brasil) e queda no poder de compra e no consumo têm impactado diretamente o setor de bens duráveis, como os móveis.
No acumulado dos últimos 12 meses, temos IPCA de 4,82% e INPC de 4,14%, além de negativos: IGPM (- 4,57%); IPA-DI (-7,36%) e IPA-M (-7,60%). Nesse sentido, a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) manifesta sua total contrariedade à intenção do Governo do Estado do Rio Grande do Sul de aumentar a alíquota de ICMS de 17% para 19,50%, medida essa que traria uma nova preocupação ao setor moveleiro gaúcho.
A alta carga tributária afeta diretamente a competitividade dos produtos, portanto, aumento de impostos neste momento em que o poder de compra já está reduzido dificulta ainda mais o desenvolvimento do setor. A alta na alíquota de ICMS pode afetar o consumo, causando uma série de impactos que afetam negativamente o varejo e as indústrias – tanto as que produzem móveis quanto as que fornecem matérias-primas, máquinas, ferragens, tecnologia, entre outros segmentos que compõem a cadeia de madeira e móveis do RS. O setor como um todo sofrerá retração, com grande probabilidade de gerar demissões, uma vez que a demanda por produtos tende a cair.
Comprometida com a defesa dos interesses de seus associados, a Movergs atua há 36 anos em prol do fortalecimento e do fomento de oportunidades para a cadeia produtiva de móveis. Dessa forma, a entidade formaliza seu manifesto contra a alíquota de ICMS em 19,50% e se mantém ao lado das indústrias gaúchas”.
Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul