
Após um ano de tímido recuo na produção de móveis em 2020 na comparação com o ano anterior, 2021 fechará com o setor moveleiro fechando com crescimento no Brasil. A expectativa se dá com base em estudo preliminar encomendado pela ABIMÓVEL – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário ao IEMI – Inteligência de Mercado. O estudo olha ainda para o ano de 2023, fazendo projeções com base em dados coletados junto a fontes oficiais.
A primeira constatação é de que meio a grandes perdas e transformações na vida e nos negócios, o setor moveleiro foi um dos mais influenciados pelo isolamento social, e exigiu respostas rápidas e ágeis para situações novas.
A indústria moveleira fechou 2020 com queda de 1,35% no volume de peças produzidas em relação a 2019 (pré-pandemia). Mas a verdade é que, apesar da queda o índice demonstrou uma recuperação surpreendente porque o panorama de quedas abruptas, que passaram de 60%, entre os meses de março e maio do ano passado. Com o setor alcançando uma fenomenal recuperação a partir do boom na procura por móveis na segunda metade de 2020.
Em valores nominais, a produção de móveis e colchões no Brasil alcançou mais de R$ 71,4 milhões no ano passado, uma expansão de 2,2% em receita sobre 2019. Representando, portanto, ganho, apesar do recuo no número de peças produzidas.
Neste cenário histórico para o setor as expectativas para 2021 eram incertas, com problemas graves ainda presentes: escassez de produtos, aumentos excessivos nos preços de matérias-primas e insumos e enormes entraves logísticos (marítimo e aéreo). Some-se a isto a variação cambial do real frente ao dólar, o retorno da inflação no País, aumentaram ainda mais com elevação de preços. Tos estes eram sinais de alerta para tempos incertos
Crescimento em 2021
A indústria brasileira de móveis e colchões em 2021 não só recuperou o volume perdido, como apresentou crescimento de 2,71% no volume de peças produzidas ante 2020: 443,23 milhões de peças fabricadas no total.
Em receita, o aumento foi de aproximadamente 9,28%, totalizando mais de R$ 78 milhões. Resultados não só superiores aos do ano passado, mas também aos de anos anteriores, no período de 2016 a 2020.
Emprego e investimentos no chão de fábrica
Diante de tal cenário, a indústria moveleira registrou saldo positivo de vagas de trabalho durante o ano, indo na contramão da economia nacional. Segundo dados levantados pelo IEMI, com base em dados junto a fontes oficiais, para a ABIMÓVEL, o crescimento do emprego na indústria moveleira foi de 2,66% em 2021 frente a 2020. Número que se torna ainda mais interessante ao observarmos a evolução do emprego no setor nos últimos anos:
Resultados que apontam para uma conjuntura positiva e crescente, com o aumento da confiança do empresário industrial no setor moveleiro, que, além da mão de obra, vem investindo fortemente no melhoramento e modernização dos parques fabris. Os investimentos no setor saltaram de R$ 1,23 milhão em 2019 para mais de R$ 2,16 milhões em 2021. Quando comparamos com o ano passado, quando foram investidos cerca de R$ 785 mil — um dos piores desempenhos do indicador na série histórica —, o salto é ainda maior: +176%.
Exportações crescem mais de 75%
Entre todos os resultados positivos de 2021, surpreende a evolução das exportações no setor, que acumularam crescimento de 547,46% nos últimos cinco anos.
É a consolidação da evolução histórica na balança comercial de móveis, que cresceu 75,88% em volume em 2021 sobre 2020. Em receita, o aumento foi de 48,36%, totalizando US$ 932 milhões (FOB) em móveis e colchões exportados neste ano. Ritmo que, segundo as projeções divulgadas pela Abimóvel, deverá se manter nos próximos dois anos, com expectativa de 6,05% e de 8,65% de crescimento no volume de móveis e colchões a serem exportados em 2022 e 2023, respectivamente.
Projeções
O cenário de confiança no mercado interno e novas oportunidades no mercado global apontam para a manutenção dos bons números do setor nos próximos dois anos. Embora grande parte dos recursos financeiros dos consumidores voltem a ser canalizados para viagens, lazer e outros serviços, a adoção definitiva do home office ou mesmo do trabalho híbrido, bem como o bom momento que a construção civil atravessa no País, além, claro, das exportações, trazem possibilidades interessantes para toda a cadeia moveleira.
Nesse sentido, a estimativa é que o volume de produção de móveis e colchões continue crescendo: +2,11% em 2022 e +2,75% em 2023. O que deverá impactar positivamente também no volume de emprego no setor, com crescimento projetado de 2,05% no próximo ano e 2,88% no ano subsequente.
Nova Direção
No início do mês de dezembro a Abimóvel levou a cabo a mudança de sua diretoria com a conclusão
do mandato de dois anos da empresária bento-gonçalvense
Maristela Cusin Longhi. Quem tomou posse foi Irineu Munhoz, presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas. Fazem parte da nova direção os empresários André Guerra, Celso Theisen, Daniel Lutz, Álvaro Weiss, Claudio Muzi, Edgar Behne, Esther Schattan, José Agnelo Seger, Márcio Froehner, Mauro Schwartsburd, Iara Abade, Jaime Pfutzenreuter, Nereu Dilson Conzatti, Sérgio Luiz Braga, Áureo Barbosa, Luiz Rigoni. Maristela Cusin Longhi, seguirá como presidente do conselho da entidade na gestão 2022/2024.
Fonte: Abimóvel
Fotos Divulgação