O Fórum Estadual do Comércio discutiu durante toda a segunda-feira (12) ações e providências a serem adotadas para a reconstrução do Estado e para a prevenção de tragédias semelhantes, com olhar especial para o reerguimento do comércio varejista, atingido direta e indiretamente em todo o Estado.
Um dos momentos mais aguardados foi a participação do governador Eduardo Leite, que iniciou sua exposição lembrando as dimensões da tragédia – ressaltando que o RS vem de inúmeros desastres climatológicos ao longo dos últimos anos. Segundo Leite, o reflexo econômico dessa catástrofe foi devastador – com impacto no PIB previsto em R$ 80 a R$ 120 bilhões – deixando o RS com uma conta dificílima de pagar, mas não impossível.
O governador destacou, em sua explanação com o tema ‘Reerguendo o nosso Rio Grande‘, pontos-chave do programa de mesmo nome e a importância da governança bem estruturada, envolvendo a sociedade civil, de modo que as trocas de mandado não gerem descontinuidade nesse trabalho de reconstrução – que envolve ações de médio e longo prazo.
“Outro ponto é entender o papel de governo enquanto responsável por liderar esse processo, alcançando ferramentas para tal. Mas o governo não será a resposta para tudo, a parceria com o setor privado é fundamental para se ter amplificada a capacidade de reconstrução do Rio Grande do Sul. A recuperação do Estado está na base produtiva”, disse.
Leite compartilhou algumas das ações relacionadas ao plano de reconstrução em andamento para o Estado. Destacou ainda o aporte de mais de R$ 1,5 bi de recursos do seu caixa para auílio às prefeituras e sociedade civil. Com respostas ágeis, espera reduzir em até três vezes o tempo para a recuperação.
“Temos muito otimismo com relação à reconstrução do RS. É uma tarefa difícil, mas a força e resiliência do povo gaúcho já se expressam nesse momento com muito vigor, e estamos trabalhando também em novos programas, em financiamentos para setores econômicos que ajudarão na recuperação, de modo que seja possível retomar de forma rápida a economia do Estado, sem deixar ninguém para trás e colocando todos para frente”, ponderou
Micro e pequenas empresas
O último painel do Fórum veio com o tema ‘Impulsionando o Empreendedorismo, as Micro e Pequenas Empresas’, de grande relevância em um Estado que possui um 1.450 mil empresas ativas, das quais 52,3% são MEIs, 34,3% são microempresas e 6% são empresas de pequeno porte.
Para debater, os deputados estaduais Elton Weber (PSB), presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio Grande do Sul; Delegada Nadine (PSDB), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo Feminino e da Força da Mulher Gaúcha, e Patrícia Alba (MDB), presidente da Frente Parlamentar em defesa do Comércio de Bens e Serviços, compartilharam o palco.
Em sua explanação, Weber apresentou sugestões de busca de políticas permanentes de Estado que perpassem por searas como gestão, crédito e microcrédito, mercado e formação empresarial e do empreendedorismo.
“É importante descobrir de que forma o poder público pode ser fomentador do desenvolvimento junto com o setor privado, usando a experiência de ambos para avançar e construir mais do que já existe”, disse.
Acreditando que o desenvolvimento econômico precisa ser alavancado pelo empreendedorismo e pela iniciativa privada, Patrícia defende a criação de um ambiente que estimule a juventude a empreender.
“Precisamos trazer para a sala de aula o conhecimento do empreendedorismo, mostrar para os jovens o que eles podem fazer e como pode ser a vida deles com esse movimento”, reforçou.
Essa proposta vem acompanhada de uma reflexão feita pela Delegada Nadine, de que sem independência financeira não se chega a nenhum lugar, por isso da importância de incentivar o empreendedorismo.
“Homens e mulheres, com suas diferenças e suas características, podem e devem trabalhar juntos para fazer um Rio Grande do Sul ainda maior”, conclamou.
O presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner avaliou o encontro como muito positivo.
“Vimos que há convergências bem importantes na análise do que temos a ser feito. É preciso agir, mas com dados nas mãoe se projetos de reconstrução e isso teremos”, garantiu.”