Bento Gonçalves

Cúpula do Mercosul inicia nesta segunda-feira em Bento e marca transição de governos

A reunião com os líderes de governo está agendada para quinta-feira (5).

(Foto: Alan Santos/PR/Divulgação)
(Foto: Alan Santos/PR/Divulgação)

Inicia nesta segunda-feira (2) a 55º Cúpula do Mercosul que reúne diversos países da América Latina que discute a relação comercial, políticas econômicas e sociais no Spa do Vinho entre os dias 2 e 6 de dezembro em Bento Gonçalves.

Serão discutidos temas como o reflexo externo da agenda interna brasileira, o aumento da competitividade, a abertura da economia e facilitação de negócios e redução de barreiras econômicas, além da diminuição da burocratização e aumento da cooperação.  Ainda deve ser debatido acordos com países de fronteira como acesso policial para perseguição de criminosos e utilização de serviços públicos de ambos os lados, como educação, saúde, trabalho e mais.

Segundo o secretário de Negociações Bilaterais e Regionais do Itamaraty, Pedro Miguel da Costa e Silva, o Brasil apresentará no encontro pautas para ampliar a liberdade entre os parceiros econômicos.

De acordo com o diretor do Departamento do Mercosul e Integração Regional, ministro Michel Arslanian Neto, a conclusão de acordos com a União Europeia trouxe avanços que deverão se refletir nesta reunião do bloco sul-americano. “Com o bloco europeu, avançamos em serviços financeiros, bancos, seguros. Todos esses avanços recuperam o tempo perdido na nossa agenda interna. Agora vamos discutir essas mudanças com os nossos sócios”, afirmou.

Países confirmados

O atual presidente da Argentina, Mauricio Macri que deixa o cargo no dia 10 de dezembro confirmou sua presença. Já o novo presidente Alberto Fenández não foi convidado para a reunião. Mario Abdo presidente do Paraguai fará parte da discussão. Já o Uruguai o presidente Tabaré Vázquez não se fará presente devido a problemas de saúde, mas enviará sua vice  Lúcia Topolansky, que permanecem no poder até março de 2020, assumindo o novo presidente eleito Lacalle Pou que também não foi convidado para a cúpula. Chile e a Guiana serão representados por autoridades diplomáticas.

No dia 25 de novembro o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo comentou sobre os acertos realizados com o governo da Argentina, que se não cumpridos, a possibilidade de retirada do Brasil do Mercosul seria uma possibilidade futura a ser analisada.

Já Pedro Miguel fala que não hã nenhum sinal concreto de atrito, e minimiza a questão. “Vamos aguardar a definição das novas autoridades argentinas. Vamos sentar com a contraparte argentina e demais países para conversar. Como qualquer outro país, a Argentina vai precisar tomar pé das negociações e depois haverá espaço para temas em cima da mesa. Eu prefiro trabalhar com fatos”, afirmou.

Entre os pontos apresentados pelo ministro, está o acordo de operadores econômicos autorizados. A proposta cria uma espécie de “selo de confiabilidade” para empresas que cumprem regularmente as normas alfandegárias dos membros do bloco, que terão tratamento especial. “Isso existe em vários acordos comerciais, e é uma medida de facilitação de comércio que tem impacto para os países e as pessoas..

O evento tratará ainda de painéis sobre desenvolvimento sustentável, combate à corrupção em países do bloco, defesa do consumidor em âmbito internacional e a agenda de enxugamento do Mercosul. “Nossa ideia é reduzir o número de órgãos, simplificar o trabalho, reduzir custos e fazer com que o Mercosul tenha apenas as instâncias essenciais para o seu trabalho”, afirmou o embaixador Pedro Miguel.

Fonte: Agência Brasil