
Com o objetivo de sensibilizar e discutir sobre os potenciais de desenvolvimento de uma Indicação Geográfica (IG) para o Queijo Colonial da Serra Gaúcha, para valorizar ainda mais o patrimônio alimentar deste território, foi realizado um seminário, nesta terça-feira (29), em Carlos Barbosa. O evento foi promovido pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Emater/RS-Ascar e Sebrae, com apoio da AGL e Cooperativa Santa Clara.
A IG é uma ferramenta de desenvolvimento do território. Atualmente, o Brasil possui 139 IGs, sendo 16 no Rio Grande do Sul. Experiências do Vale dos Vinhedos com os vinhos, da região dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e Planalto Sul Catarinense com o Queijo Artesanal Serrano, e do Sudoeste do Paraná com o Queijo Colonial, foram destacadas, além de aspectos técnicos. Valorização dos produtos, da região e das pessoas, publicidade e visibilidade e aumento do turismo foram alguns dos benefícios apontados.

O médico veterinário da Seapi e coordenador do projeto de pesquisa da Indicação Geográfica do Queijo Colonial da Serra Gaúcha, Danilo Gomes, explica que a intenção, agora, é tentar concentrar esforços na pesquisa a campo, no território da Serra Gaúcha, com pessoas que resguardam esse saber-fazer, pegando as bases históricas do queijo colonial, que veio provavelmente com os imigrantes italianos, e aprofundando isso para transformar em dados científicos, para fazer a devolutiva para o território.
“Estamos hoje começando um passo de sensibilização, para explicar como vai se dar essa metodologia de pesquisa e os antecedentes que nos levaram a querer fazer esse trabalho em cima do Queijo Colonial da Serra Gaúcha. Depois, quando a gente conseguir fazer os nossos grupos de trabalho, grupos focais, vamos passar por uma parte também de análise sensorial dos queijos coloniais”, afirma Gomes.
A Indicação Geográfica do Queijo Colonial
Segundo ele, é preciso um trabalho muito grande de articulação com as queijarias para que se entenda, junto com os produtores, qual é o queijo colonial que comporta uma IG, com base em ciência, em pesquisa.
“A gente precisa construir esses dados, inclusive, para ver até onde vai esse território, e quem sabe estimular outros territórios do Estado também a construir os seus caminhos na Indicação Geográfica”, ressalta.
O gerente regional adjunto da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, Orlando Junior Kramer Velho, destacou o comprometimento da Emater/RS-Ascar quando se trata de ações voltadas para a sustentabilidade da produção, especialmente quando esta representa uma região.
“A IG, assim como foi com o Queijo Artesanal Serrano e outros tantos produtos, é um processo demorado e que tem que ser muito bem construído, porque não é tão difícil cumprir com as exigências do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para obtê-la, mas para executá-la, e fazer com que sobreviva no decorrer do tempo é preciso pessoas responsáveis pela gestão”, afirmou Kramer.
Ele destacou ainda a importância de agregar mais produtores e que as organizações engajadas nesse primeiro momento da IG se mantenham representadas e ativas no processo.
“Só com parcerias fortes e consistentes, vamos conseguir chegar nesse objetivo”, concluiu.