LABMAIS

Com participantes de 17 estados, evento em Caxias do Sul celebrou talento e protagonismo das juventudes

1º Festival LABmais, do Sesc, encerrou agenda de oficinas, mostras e apresentações artísticas neste sábado (6) com grandes shows

Foto: William Cabral / Divulgação
Foto: William Cabral / Divulgação

Centenas de pessoas passaram pelo Parque dos Macaquinhos neste sábado, 06 de setembro, durante o último dia do 1º Festival LABmais, em Caxias do Sul. O show de Cristal, gaúcha reconhecida como um dos principais nomes da novos cena rapper nacional, e da baiana Melly, um expoente do pop brasileiro em sua primeira passagem pelo Rio Grande do Sul, resumiram o tom da iniciativa realizada pelo Departamento Nacional do Sesc em parceria com o Sistema Fecomércio-RS/Sesc: celebrar e valorizar a cultura feita pelas juventudes e para as juventudes. 

Foto: William Cabral / Divulgação

Com atrações abertas para toda a comunidade, o Festival reuniu, em três dias, cerca de 300 jovens, de 17 estados do Brasil, participantes do projeto social LABmais, que se resume em laboratórios de experimentação em diversas áreas da economia criativa e produção cultural a fim de explorar o protagonismo, a criatividade e a inserção no mercado de trabalho e na cadeia produtiva da cultura de jovens Brasil afora. Além dos gaúchos, grupos do Acre, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe estiveram representados em um grande intercâmbio de talentos, culturas e histórias de vida. A programação contou com oficinas, mostras de trabalho, painéis de discussão e diversas apresentações artísticas. Ao todo, as atrações foram prestigiadas por cerca de 3 mil pessoas.

“Foi muito especial presenciar este encontro de jovens tão diversos e, ao mesmo tempo, com tanto em comum, todos empolgados e com brilho no olhar ao viver essa experiência”, comenta a gerente de Cultura do Sesc/RS, Luciana Stello.

“Nós acreditamos muito na potência das juventudes. Foi neste contexto que o LABmais –  nosso Laboratório Sesc de Artes, Mídias, Tecnologias e Juventudes – nasceu e vem fazendo a diferença na vida de tantos jovens brasileiros. Este festival foi uma grande celebração disso”, complementa o analista de Cultura do Departamento Nacional do Sesc, Leonardo Moraes.

Vindo do Maranhão, o jovem Gabriel Roberto Pereira da Silva, o “O’Shoock”, de 24 anos, elogiou a iniciativa e abraçou a oportunidade de trocar experiências no Sul. Poeta marginal, ele participou de uma oficina sobre a palavra falada ministrada por um colega do Acre. Também foi uma das estrelas na Mostra Audiovisual, que teve entre as atrações o curta-metragem “IROKO: Caminhos que se (En)cruzam”, obra que desenvolveu ao lado de colegas do LABmais de seu estado, atuando como assistente de direção, assistente de arte e ator.

“Foi muito gratificante fazer conexões com irmãos do Nordeste, do Sul, do Centro-Oeste e de vários outros lugares do Brasil. É uma troca incrível de ideias e de conhecimento”, comenta.

Do Rio Grande do Norte, Tainah Lucena de Mendonça, de 24 anos, também vivenciou experiências diversas, como a oficina de Mbaraka Mirim, chocalho tradicional do povo guarani, conduzida pela jovem indígena Ará Martins, do Espírito Santo. Tainah também teve um curta – “Todos os lados da Discol” -, do qual participou da produção, em destaque na Mostra Audiovisual do evento.

“Eu percebo que a cultura oportuniza que os jovens tenham vários aprendizados, que aprendam sobre a sua ancestralidade e como chegamos até aqui, e isso faz com que a gente cresça, continue explorando e entendendo de onde a gente veio e para a onde a gente vai. A juventude está aí para criar conexões e valorizar, cada vez mais, a cultura regional e nacional”, reflete.

“Prata da casa”, a gaúcha Mikaella Amaral, do LABmais de Caxias do Sul, foi premiada no último Festival de Cinema de Gramado como “Melhor Atriz” na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Gaúchos. O curta em questão, “Bom Dia, Maika”, foi desenvolvido no projeto do Sesc/RS. Entre as atividades do Festival LABmais, a artista de 26 anos pôde compartilhar um pouco da experiência e celebrar o que a iniciativa representa em sua vida.

“Ele foi um divisor de águas. Profissionalmente, o LAB me formou dentro do audiovisual, me possibilitando trabalhar em diversas áreas, desde direção de arte a roteiro, produção e direção geral. Então, foi um lugar onde eu pude experimentar e ter um contato a ponto de avançar profissionalmente. Além disso, pessoalmente falando, encontrei nele pessoas que quero levar para a vida inteira”, pontua.

Em Caxias do Sul, novas vagas às turmas do LABmais são abertas anualmente.