Bento Gonçalves encerrou 2024 com saldo positivo de 1.084 empregos formais, um crescimento de 135% em relação ao ano anterior. O desempenho foi bem superior à média nacional (16,6%) e estadual (36,6%), mesmo com os impactos das enchentes de maio. Os dados do Novo Caged fazem parte do levantamento do Observatório Econômico, organizado pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG).
O município foi o 14º com melhor saldo de empregos no Rio Grande do Sul. No setor industrial, Bento Gonçalves obteve um saldo de 890 empregos, sendo 393 na fabricação de móveis, o que representa uma variação de 781,2% em relação a 2023. Esse desempenho consolidou a cidade como o segundo maior gerador de empregos do estado. A construção civil também apresentou um resultado expressivo, com saldo de 191 vagas e uma variação positiva de 2.022,2%.
Retração em dezembro
Apesar dos números positivos ao longo do ano, dezembro registrou uma retração na geração de empregos, com a perda de 784 vagas em relação a novembro. A indústria, que vinha impulsionando a retomada econômica desde as cheias, registrou queda de 415 empregos formais. O setor de serviços também teve saldo negativo, com perda de 232 vagas. Segmentos ligados ao turismo foram os mais afetados: o setor de alojamento encerrou o ano com saldo acumulado de -105 vagas, seguido pela alimentação, com -88 vagas. A exceção foi a agropecuária, que registrou leve alta de três vagas em dezembro, marcando o início da safra da uva.
Ao longo de 2024, Bento Gonçalves manteve uma média mensal de 2.280 admissões e 2.190 desligamentos. O ano encerrou com um total de 48.988 empregos formais, 2,3% a mais que em 2023. A tendência, segundo o professor Fabiano Larentis, organizador do estudo, é de forte alta em janeiro de 2025, podendo atingir 49,8 mil trabalhadores empregados.
MEIs impulsionam mercado de trabalho
O estudo também destacou o crescimento do número de microempreendedores individuais (MEIs) em Bento Gonçalves. Em dezembro, o município registrou 13.085 MEIs, um aumento de 4,4% em relação a 2023 e quase o dobro do observado em 2019. Atualmente, os MEIs representam 21% da força de trabalho da cidade e foram responsáveis por 51% da geração de empregos em 2024.
A maioria dos MEIs (55,4%) atua no setor de serviços, segmento que tem apresentado crescimento contínuo desde 2020. No comércio, na indústria e na construção, houve retração na participação desse tipo de trabalhador. Na agropecuária, a variação foi discreta, passando de 0,2% para 0,4% nos últimos quatro anos.